Os coordenadores da campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República comemoraram a aprovação da quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a convocação de outros oito petistas pela CPI dos Sanguessugas, todos envolvidos na tentativa de compra do dossiê Vedoin.
Para eles, a partir de agora Alckmin terá novos argumentos para mostrar na sua campanha no rádio e na TV e nos comícios, além de responder às acusações do PT, de que os tucanos vão privatizar o que resta das estatais e acabar com o programa Bolsa-Família se eleitos. Encurralado pelo que dizem os petistas, Alckmin gasta metade de seus programas eleitorais e de seus discursos dizendo que não vai privatizar o Banco do Brasil, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e os Correios, e que não acabará com o programa Bolsa-Família.
"A quebra do sigilo bancário de Freud Godoy e a convocação dos petistas envolvidos com o dossiê Vedoin dará poder de fogo a Alckmin", disse o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), um dos coordenadores da campanha do tucano. "Chegou a hora de parar de responder ao terrorismo montado pelo PT e partir para o ataque, mostrando as decisões da CPI.
O PT informou que não mudará de atitude. Continuará a dizer que se vencerem a eleição, os tucanos vão privatizar estatais. "Não inventamos nada. Estamos apenas mostrando as diferenças programáticas entre o candidato Lula e o candidato Alckmin, que é privatista", disse Gleber Naine, um dos coordenadores da campanha de Lula.
"Recusamo-nos a aceitar a acusação de que montamos boatos. Não montamos nada", disse Naine. "Foi Yoshiaki Nakano, assessor de Alckmin, quem disse que será preciso cortar R$ 60 bilhões do Orçamento da União. São os tucanos que têm um programa voltado para a privatização. A gente só faz a comparação entre os dois programas.