O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse hoje estar preocupado com uma possível estratégia da oposição para radicalizar o processo eleitoral, ao comentar insinuação do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, de que haveria ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o PT. A "denúncia" do pefelista é tão "gritantemente absurda e tão profundamente asquerosa" que não preocupa, observou o ministro.
"O que me preocupa é se isso é uma estratégia da oposição, ou seja, se alguns ensinam a fazer renda e outros ensinam a namorar", complementou. "Se tem uma divisão de trabalho que possa ser, em última análise, um acordo interno da oposição para deturpar, radicalizar e deslegitimar o processo eleitoral", resumiu o ministro. Bornhausen faz parte da coordenação de campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.
Dizendo acreditar que a posição de Bornhausen não representa a visão da totalidade da oposição, Genro concentrou suas críticas no senador. Considerou a manifestação como uma incursão da direita "mais arrojada, mais ofensiva, mais reacionária" sobre o processo eleitoral. "Espero que ele (Bornhausen) não represente a oposição", declarou. "Que seja apenas uma espécie de lamúria saudosista do direitismo que ele representou na época do regime militar", acrescentou.
Pesquisa
Sobre a pesquisa Vox Populi divulgada ontem, Genro avaliou que o levantamento não traz novidades, já que a variação do presidente Lula desde a amostragem anterior ficou dentro da margem de erro e que o adversário tucano permaneceu "estacionado". Genro também comentou a relação com o PMDB em um possível segundo mandato de Lula. Ressaltando que falava de forma conceitual, o ministro declarou que atualmente o Planalto tem relação "positiva" com a ala governista do PMDB, situação que espera modificar no futuro para abranger todo partido. "O governo vai montar seu ministério através da relação com a instituição partido.