Campanha para ampliar consumo de pescado

Frear o desperdício e melhorar a conservação e a manipulação são estratégias eleitas pelo governo federal para aumentar a qualidade, ajudar a reduzir os preços e contribuir para o aumento do consumo de pescado. Nesta semana, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) lançaram uma cartilha destinada à orientação de lojistas de todo o País sobre a conservação e manipulação do produto. A ação faz parte da Semana do Peixe, campanha que tem por objetivo incentivar o brasileiro a consumir mais pescado.

O preço é, para o consumidor, o principal limitador do consumo de peixes e frutos do mar em geral. A longa cadeia de intermediação é apontada pelo governo como responsável, em parte, por essa situação, mas o desperdício, a má conservação e a falta de infra-estrutura do setor pesqueiro também têm impacto no preço, segundo o ministro Gregolin. Essa análise justifica a parceria com os supermercados para ampliar a qualidade do produto vendido, resultando em redução do desperdício e melhora do preço final ao consumidor. A área de venda é o último ponto da cadeia produtiva e, quando operada de forma inadequada, contribui para a deterioração mais rápida do produto.

A nova cartilha traz dicas sobre como ampliar a durabilidade do pescado no local de exposição com controle de temperatura e higiene dos peixeiros. O acordo de cooperação permitirá o treinamento dos funcionários dos supermercados para a venda de pescados. ?É importante esse trabalho para que o vendedor saiba também orientar o consumidor e identificar a ocorrência de problemas que contribuem para a perda do produto?, avaliou o ministro.

Importância

Segundo o IBGE, 24,5% dos consumidores compram peixes em supermercados, 15% nas feiras e 13% nas peixarias. Para o ministro da Seap, Altemir Gregolin, o aumento do número de pontos de venda de pescado é fundamental para o aumento do consumo de pescados. ?Quantas peixarias você vê quando sai às ruas, e quantos açougues ou casas de carnes? O número de peixarias ainda é bem menor, mas com o aumento da produção acreditamos que o número de pontos de venda também deverá crescer, melhorando o acesso ao consumidor?, disse.

Segundo levantamentos feitos pela Seap, até 10% do peixe proveniente do extrativismo se perde na embarcação, por acomodação inadequada e falta de gelo. Outra porcentagem acaba descartada ao chegar ao distribuidor e outra já no ingresso na peixaria. A quebra vai parar, quase sempre, no bolso do consumidor. Em alguns casos, questões simples, como o uso do gelo em escamas e não mais em barras, já aumentam a durabilidade do produto.

Em geral, os peixes com mais gordura duram mais que os peixes mais magros. Uma sardinha, devidamente conservada, pode ser consumida em até sete dias. A tilápia, o mais importante entre os peixes cultivados, pode durar até dez dias no gelo. Peixes de cultivo chegam aos mercados em melhores condições, devido aos sistemas de armazenagem e transporte. Em algumas regiões, é comum o pescado chegar vivo ao supermercado ou distribuidor.

O princípio básico da conservação do pescado é manipulá-lo o menos possível. Por isso a importância do projeto do governo de aumentar a infra-estrutura e reduzir a intermediação. O peixe deve ser exposto a zero grau Celsius. Quanto mais frio, menor a chance de ser atacado pelas bactérias existentes no ar. A contaminação também se reduz com a higiene pessoal e dos uniformes dos peixeiros e com a limpeza dos locais de exposição. 

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