Campanha na TV orienta consumidor a escolher combustível mais econômico

Com o fracasso das tentativas de conter a crise do álcool, por meio de acordo com usineiros ou pela alteração na fórmula da gasolina, o governo quer agora contar com a ajuda do consumidor para reduzir a pressão nos preços. Em campanha lançada esta semana, o Ministério de Minas e Energia apresenta uma fórmula para calcular qual o combustível mais econômico para os carros bicombustíveis. Os filmes veiculados nas principais redes de TV sugerem que o consumidor multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o resultado for menor do que o preço do álcool estampado na bomba, é melhor usar gasolina.

Por este critério, a opção pelo álcool atualmente só vale a pena em Alagoas, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mercados que não sofrem influência da entressafra na lavoura de cana-de-açúcar das regiões Sul e Sudeste. Nos outros 23 Estados, o preço do álcool ultrapassa o limite 70% do preço da gasolina, segundo as médias de preços verificadas na última pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A campanha custou R$ 2 milhões e só durou dois dias. O objetivo, segundo a Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência da República, é explicar os proprietários de veículos bicombustíveis que eles podem optar por um combustível mais econômico. "A tecnologia flex é também uma ferramenta que os defende de eventuais aumentos de preços de um ou outro combustível, no caso o álcool ou a gasolina", explicou, a assessoria do ministério.

A ação do governo vai ao encontro da opinião de especialistas do setor, para quem o consumidor tem o poder de regular o mercado de combustíveis. Segundo esse raciocínio, ao optar pela gasolina, o proprietário de carros bicombustíveis pode contribuir com a redução do preço do álcool, uma vez que diminuem as pressões sobre a relação entre oferta e demanda.

As distribuidoras já reviram suas previsões de vendas de álcool hidratado para o primeiro trimestre, que devem fechar entre 20% e 30% menores que o estimado inicialmente. A crise atual criou situações inéditas, como a grande aproximação entre o preço do derivado da cana-de-açúcar e a gasolina em alguns mercados. No Paraná, por exemplo, a diferença entre os dois combustíveis é de apenas R$ 0,05.

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