Candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é, pelo menos por enquanto, campeão em arrecadação e gastos na campanha deste ano. Conforme prestação de contas parcial entregue ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o comitê financeiro nacional da campanha do presidente conseguiu uma receita de R$ 5.686.558 e gastou R$ 4.196.168,07. Desses, R$ 3.496.396,68 foram gastos com a campanha de Lula. O restante foi doado para outros candidatos ou comitês de políticos aliados.
Por enquanto, a campanha de Lula gastou mais com publicidade. De acordo com a prestação de contas protocolada no TSE, foram consumidos R$ 1.001.141 com publicidade por materiais impressos e R$ 250 mil com publicidade por placas, estandartes e faixas. Outros gastos de relevância foram R$ 500 mil com produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, R$ 500 mil com produção de jingles, vinhetas e slogans e R$ 469.250 com pesquisas ou testes eleitorais. Com transporte ou deslocamento foram gastos R$ 206.303,92. Não constam despesas com água e alimentação. Ao pedir o registro de sua candidatura ao TSE, Lula informou que pretende gastar com a campanha no máximo R$ 89 milhões.
Os outros candidatos à Presidência declararam arrecadações e despesas mais modestas do que as de Lula. Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin, do PSDB, informou que, por enquanto, os gastos foram maiores do que a arrecadação. O seu comitê financeiro registrou receitas de R$ 1.322.697,68 e despesas de R$ 1.889.387,48. O maior gasto da campanha foi de R$ 989.698,67, relativos a serviços prestados por terceiros. Com alimentação foram consumidos R$ 10.042,45 e com água, R$ 1.642,29. As despesas com transporte e deslocamento foram de R$ 152.958,19. Ao solicitar o registro no TSE, Alckmin disse que espera gastar no máximo R$ 85 milhões com a campanha.
Terceira colocada nas pesquisas, a senadora Heloisa Helena (PSol) arrecadou por enquanto R$ 105.099,41. Segundo a prestação de contas entregue ao TSE, esse valor refere-se exclusivamente a receitas estimáveis em dinheiro, que têm origem em doações de bens, produtos e serviços como passagens aéreas e alimentação. Não foram declaradas despesas, porque foram todas cobertas por essas doações. O candidato do PSDC à Presidência, José Maria Eymael, afirmou ter gasto por enquanto R$ 615,04 com transporte. O seu comitê financeiro teve despesas de R$ 98 com transporte e R$ 165 com alimentação.
Já o comitê financeiro da campanha de Luciano Bivar (PSL) informou mais gastos com deslocamento. Foram declarados R$ 21.069,64 de despesas com transporte ou deslocamento. O candidato do PCO, Rui Pimenta, não tinha protocolado no TSE sua prestação de contas até as 19 horas de hoje.
A prestação parcial de contas dos candidatos, uma das novidades desta eleição, foi criada pela minirreforma eleitoral. De acordo com a nova legislação, os candidatos tinham até hoje para fazer a primeira prestação de contas parcial. A segunda deverá ser entregue à Justiça até o dia 6 de setembro. A última e completa prestação de contas deverá ser feita após a eleição.