Caminhoneiro com doença de Chagas está internado em Curitiba

O caminhoneiro Jair Pedro Fritzen, de 33 anos, está internado no Hospital Nossa
Senhora das Graças, em Curitiba, com diagnóstico de doença de Chagas. É o
primeiro caso notificado no Paraná de paciente que contraiu a doença após tomar
caldo de cana em Santa Catarina. Morador de Joinville, o caminhoneiro tomou o
suco em um quiosque às margens da BR-101, no município de Navegantes, no dia 12
de fevereiro.

Segundo o infectologista Clóvis Arns da Cunha, o paciente
foi atendido inicialmente no hospital de Araucária, na região metropolitana de
Curitiba, por causa de fortes dores de cabeça. Os médicos fizeram exames e
descartaram o diagnóstico de meningite. Quando foi levado ontem (22) para o
Nossa Senhora das Graças, as notícias sobre a doença de Chagas em Santa Catarina
já se espalhavam.

Por ele ter tomado caldo de cana naquele Estado e
apresentar inchaço em volta dos olhos, além de reclamar de febre havia cerca de
três semanas, foram realizados novos exames que confirmaram doença aguda de
Chagas, com a presença do protozoário Trypanosoma cruzi. Medicado, o
caminhoneiro se recupera bem.

Os problemas do Estado vizinho estão
prejudicando os vendedores de caldo de cana de Curitiba. Em média eles reclamam
que houve uma queda de 50% na venda desde que as notícias foram divulgadas.
Erdílio Marcelino Bahia tem um dos quiosques mais freqüentados do centro da
cidade, na Praça Osório.

Com 15 anos de ponto fez uma frequesia que lhe
garante pelo menos 150 copos por dia. Ontem (22), ficou por volta de 50 e hoje
sonhava chegar ao mesmo volume. "Mas já vi que vai sobrar cana", disse por volta
das 15 horas. Segundo ele, a cana que utiliza vem do Vale do Ribeira.

A
Secretaria de Saúde do Paraná está recomendando que façam exames todas as
pessoas que estiveram em Santa Catarina entre 1º de fevereiro e 20 de março e
consumiram caldo de cana. As coletas são feitas nos postos de saúde municipal e
enviadas ao Laboratório Central do Estado. Todas as 22 regionais de saúde foram
mobilizadas para o serviço.

Por enquanto, a Vigilância Sanitária de
Alimentos não deve proibir a venda do caldo de cana no Paraná. A recomendação é
que todos verifiquem se as canas estão armazenadas em locais elevados, para que
os roedores não alcancem, visto que eles podem atrair o barbeiro. Além disso
recomenda-se que os consumidores exijam que a cana seja raspada antes de ser
moída e que observem se não há rachadura, onde o inseto pode se
esconder.

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