Durante os cinco dias da visita ao Brasil, três hospitais de São Paulo e um da região de Aparecida ficaram de prontidão para Bento XVI. Não tiveram trabalho nenhum. O pontífice surpreendeu os brasileiros ao exibir um vigor físico incomum para quem que já tem 80 anos de idade. Sua força pôde ser vista logo no vôo entre Roma e São Paulo. O papa não dormiu. Aproveitou as 12 horas para trabalhar. Quando desembarcou no aeroporto, já mostrou a boa forma ao descer as escadas do avião rapidamente. Depois, cumprimentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e saiu com passos curtos e rápidos em direção ao hangar da Força Aérea. O presidente e a primeira-dama ficaram para trás. Tiveram de apertar o passo para chegar ao hangar junto com o pontífice.
No Estádio do Pacaembu, no encontro com os jovens, leu um discurso de 37 minutos sem interrupção – não perdeu o fôlego nem precisou de água. No Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, durante a missa, ficou quase 20 minutos de pé sem demonstrar cansaço. No final, desceu as escadas do altar com firmeza. ?A jovialidade do papa tem sido o tema dos comentários dos bispos nos últimos dias?, disse d. Joaquín Pertíñez, bispo de Rio Branco. ?Bento XVI está melhor que muito bispo mais novo do que ele?, acrescentou, entre risos, d. Francisco Biasin, bispo de Pesqueira (PE).
O segredo maior para a jovialidade do papa Bento XVI são as caminhadas diárias de uma hora, revela o cardeal esloveno Franc Rode. ?Antes de ser papa, ele caminhava pelas ruas de Roma, sempre sozinho?, conta Rode, que ocupa no Vaticano o cargo de prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada. ?Hoje em dia?, acrescenta o cardeal, ?ele caminha pelos jardins do Vaticano. Se chove, a caminhada é pelos corredores no palácio.? Ainda segundo Franc Rode, Bento XVI não toma bebidas alcoólicas. Sua bebida favorita são os sucos de frutas. Além disso, o papa está sempre lendo e estudando. ?Ele chama todas as pessoas pelo nome. Não tem problemas de memória?, lembra o religioso esloveno.