O plenário da Câmara votará no dia 19 o processo de cassação do mandato do deputado José Mentor (PT-SP). Mentor é acusado de receber, por intermédio do escritório de advocacia dele, R$ 120 mil da empresa 2S Participações, pertencente ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do esquema de "mensalão".
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa aprovou no dia 30, por nove votos a quatro, o parecer do deputado Nelson Trad (PMDB-MS), que recomenda a nulidade do mandato. Trad foi o segundo integrante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a relatar o processo, depois que o relatório do deputado Edmar Moreira (PFL-MG) pela absolvição foi rejeitado.
O documento aprovado aponta ainda que o repasse por meio do escritório pode ter permitido a lavagem do dinheiro, com o pagamento de impostos reduzidos. Na defesa, o deputado do PT de São Paulo diz que o dinheiro foi recebido como pagamento por três pareceres jurídicos elaborados pelo escritório a pedido do advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério na empresa.
Segundo Mentor, a prova de que a movimentação financeira foi feita de maneira legal é o fato de ele ter notas fiscais e comprovantes de pagamentos de impostos sobre a movimentação, de acordo com a Agência Câmara.