Câmara vive clima de campanha para escolher próximo presidente

A eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados mudou o visual do Congresso nas últimas duas semanas. A onze dias das eleições, todos os corredores e acessos da Câmara estão tomados por cartazes, banners e outdoors dos candidatos aos sete cargos de titulares e quatro suplentes da mesa. Quem chega na Câmara pela entrada principal, na Esplanada dos Ministérios, vê de longe o rastro da campanha eleitoral que movimenta os corredores da Câmara no tradicional período de recesso parlamentar.

Embora sejam apenas 513 eleitores – uma vez que são os próprios deputados que escolhem os membros da Mesa Diretora – a poluição visual na Câmara ganhou força este ano devido à disputa acirrada dentro dos partidos. A principal briga ocorre dentro do PT, partido que tem a maior bancada da Casa e, tradicionalmente, tem a prerrogativa de indicar o nome do candidato à Presidência.

É a primeira vez na história das eleições da Mesa Diretora que dois candidatos do partido majoritário disputam a Presidência da Câmara: o candidato oficial do PT, deputado Luiz Eduardo Grennhalgh (SP), e o candidato avulso do partido, Virgílio Guimarães (MG). Além dos petistas, estão na disputa dois deputados do PFL, José Carlos Aleluia (BA) e Jair Bolsonaro (RJ). O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) também lançou candidatura à Presidência da Câmara.

Mas não são apenas os candidatos à Presidência que estão espalhando a propaganda eleitoral pela Câmara. Quem disputa os demais cargos da Mesa Diretora também quer a atenção dos colegas parlamentares – que estão fora de Brasília em recesso parlamentar. Só para a a primeira vice-presidência da Câmara, cargo que caberá ao PFL, três candidatos do partido brigam pela vitória: os deputados Mussa Demes (PI), Robson Tuma (SP) e José Thomaz Nonô (AL).

A segunda vice-presidência da Câmara, cargo que cabe ao PP, e a Terceira Secretaria da Casa, do PSDB, são os únicos cargos da Mesa Diretora que possuem apenas um candidato: os deputados Ciro Nogueira (PI) e Carlos Gomes (TO). Para a segunda-secretaria, cargo que cabe ao PTB, dois parlamentares brigam pela vaga: Nilton Capixaba (RO) e Romeu Queiroz (MG). A quarta secretaria, que cabe ao PL, está sendo disputada pelos deputados Edmar Moreira (MG) e João Caldas (AL).

Outra disputa que movimenta os bastidores da Câmara é a primeira-secretaria da Mesa. Dois candidatos oficialmente já estão em campanha, os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Waldemir Moka (PMDB-MS). O atual primeiro vice-presidente da Mesa, deputado Inocêncio Oliveira (PE), ameaça trocar o PFL pelo PMDB para disputar a primeira secretaria se efetivar a mudança de partido. Embora o número de candidatos chegue a 17 para apenas sete cargos na Mesa, novas candidaturas poderão ser registradas até às 15 horas do dia da eleição, 14 de fevereiro.

Ao contrário da Câmara, no Senado os corredores estão limpos – uma vez que não há disputa pela Presidência da Casa. Os senadores estão respeitando a tradição e decidiram apoiar o candidato indicado pelo PMDB, Renan Calheiros (AL). O PMDB é o maior partido do Senado com 23 parlamentares. Nos demais cargos da Mesa Diretora do Senado, as indicações dos partidos foram acatadas pelos senadores e não há disputa pública.

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