O corregedor-geral da Câmara Federal, deputado federal Ciro Nogueira (PP/PI), revelou que a mesa diretora vai reabrir os processos contra os deputados que foram acusados por irregularidades e foram reeleitos. Ele informou que a intenção da mesa diretora da Câmara é manter os processos que foram abertos contra os deputados acusados. Mesmo sendo outra legislatura, as acusações e denúncias devem continuar e os reeleitos podem ainda responder novamente pelas irregularidades cometidas no mandato anterior.
Ciro Nogueira comentou que os processos contra os deputados que renunciaram para escapar de uma eventual cassação podem ter o processo retomado nesta nova legislatura. Pelo menos este é o entendimento da mesa diretora que estuda a forma de fazer isso. O corregedor disse que não pode abrir processo contra os deputados que ainda não foram empossados e nomeados. "Eu nem pretendo ser candidato a corregedor novamente na próxima legislatura. É uma função muito espinhosa. É duro agir contra os deputados", comentou.
São 55 deputados que foram acusados de irregularidades, como envolvimento com o mensalão, participação na máfia dos sanguessugas ou que respondem a inquérito ou processo na Justiça por algum tipo de crime. Dentre alguns dos eleitos está Valdemar da Costa Neto (PL/SP) e Paulo Rocha (PT/PA), que renunciaram para não serem cassados na CPI do Mensalão. O deputado Pedro Henry (PP/MT), acusado de compra superfaturada de ambulâncias, também foi reeleito.
O mesmo aconteceu com o deputado Vadão Gomes (PP/SP) denunciado no esquema do mensalão. O deputado Paulo Magalhães (PFL/BA) está sendo investigado pela participação na máfia dos sanguessugas. Sandro Mabel (PL/GO) também aparece no envolvimento do esquema do mensalão.
O Conselho de Ética estava investigando outros sete parlamentares que supostamente participaram do esquema de Caixa Dois atribuído ao PT. De 63 deputados acusados na máfia das ambulâncias, apenas doze conseguiram a reeleição. Alguns deputados acusados de outros crimes ainda estão sendo investigados pelo Conselho de Ética. Eles poderão ser cassados no novo mandato.
O site Congresso em foco aponta o nome dos deputados que foram reeleitos e respondem a irregularidades ou estão sendo investigados pelo Ministério Público ou pela Justiça.
