A Mesa da Câmara vai modificar os prazos de análise dos pedidos de cassação dos deputados acusados pela CPI dos Sanguessugas de integrar a Máfia das Ambulâncias. A intenção é acelerar a tramitação dos processos. Segundo o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a Mesa se reunirá na terça-feira para definir a nova sistemática. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que também vai encontrar uma saída legal para acelerar a tramitação.
O prazo para apresentação de defesa pelos acusados, que é hoje de cinco sessões, deverá passar a ser contado por dias corridos. Já a notificação do parlamentar deverá ser dispensada. Com isso, o corregedor espera concluir o trabalho em setembro e enviar todos os processos ao Conselho de Ética da Câmara, para que o colegiado adote os procedimentos preliminares para os julgamentos antes das eleições.
O corregedor também marcou para terça-feira uma reunião da Comissão de Sindicância para avaliar o relatório da CPI Mista dos Sanguessugas. Além dele, integram a comissão o relator, deputado Robson Tuma (PFL-SP), e os deputados Odair Cunha (PT-MG), Jorge Alberto (PMDB-SE) e Givaldo Carimbão (PSB-AL).
Conselho de Ética – No Conselho de Ética, Izar também prevê modificações. O colegiado tem 29 membros, além de Izar, e há 69 deputados acusados pela CPI. Atualmente, não é permitido a um relator acumular mais de um processo simultaneamente. Entretanto Izar pretende modificar essa regra para entregar ao relator mais de um caso e, com isso, permitir a conclusão dos processos com mais rapidez.
Izar disse acreditar que, em alguns casos, os processos poderão ser concluídos rapidamente, porque já chegarão ao conselho com provas consistentes. "Depósitos em conta corrente não têm defesa", afirmou, referindo-se aos casos de parlamentares que receberam dinheiro de propinas em suas próprias contas bancárias.