Câmara monta esquema especial de segurança para depoimento de José Dirceu

A segurança da Câmara dos Deputados montou um esquema especial para o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. À exceção dos parlamentares, todos os que forem acompanhar o depoimento serão vistoriadas e passarão por detectores de metais. Só terão acesso ao plenário do Conselho de Ética parlamentares, seus assessores diretos ou jornalistas credenciados na Câmara. O único depoimento cercado de tantos cuidados foi o do deputado Roberto Jefferson, no dia 14 de junho deste ano.

O Conselho de Ética ouve hoje (2), a partir das 15 horas, o deputado José Dirceu (PT-SP) como testemunha no processo movido pelo Partido Liberal (PL) contra o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Dirceu não foi à Câmara e passou o dia de ontem (1º), em casa, preparando-se. Em depoimento no Conselho de Ética, Jefferson acusou o ex-ministro da Casa Civil de estar envolvido no esquema de pagamento de mesadas pelo Partido dos Trabalhadores a parlamentares do PP e do PL em troca de apoio ao governo federal. O deputado Roberto Jefferson confirmou a membros do Conselho de Ética que estará presente para assistir ao depoimento de José Dirceu, uma vez que é réu no processo movido pelo PL.

O regimento do Conselho de Ética permite que o réu acompanhe as reuniões, com direito a usar a palavra após os questionamentos do relator à testemunha. No entanto, será a primeira vez desde o início do processo que Jefferson estará presente no Conselho, já que vem sendo representado pelos seus advogados.

Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), membro do Conselho de Ética, o depoimento de José Dirceu não poderá ter meio termos. "Ou ele mata, ou morre", disse. Fruet afirmou que o Conselho de Ética aguarda com muita expectativa a presença do ex-ministro para prestar as informações sobre a existência do suposto esquema de pagamento de mesadas na Câmara ou caixa dois para campanhas eleitorais.

A vice-líder do PT na Câmara, deputada Maninha (DF), disse que o ex-ministro deve prestar todos os esclarecimentos necessários ao Conselho de Ética e à bancada do partido na Casa. "Não é se eximindo da culpa que vai livrar a cabeça de ninguém", disse.

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