A Câmara elegeu hoje os presidentes das comissões permanentes da Casa, com exceção das três que serão ocupadas por deputados do PMDB. Os presidentes são indicados pelos líderes dos partidos, e a escolha da legenda que ficará com a direção da comissão é feita de acordo com o tamanho das bancadas.
No caso do PMDB, a bancada, dividida entre governistas e oposicionistas, ainda elegerá o líder no dia 5, conforme acertado hoje entre as alas em disputa pelo cargo. Dos 17 presidentes eleitos hoje, 11 são aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante porque todas as matérias passam por ela, será presidida pelo deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), amigo de Lula A sigla também dirige as Comissões de Direitos Humanos, com o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) na presidência, e de Educação, com a deputada Neyde Aparecida (PT-GO). Todos os ocupantes petistas são do chamado grupo majoritário da agremiação.
Aparecida é ligada ao ex-secretário de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares. A escolha deixou a Comissão de Agricultura nas mãos do deputado ruralista Abelardo Lupion (PFL-PR), de oposição ao governo.
A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional ficou com o deputado Miguel de Souza (PL-RO), ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Comissão de Defesa do Consumidor ficou nas mãos de um deputado que foi assessor de sindicato de empresários de ônibus.
O deputado Íris Simões (PTB-PR) assessorou o Sindicato das Empresas de Ônibus do Paraná. O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática será o deputado Vic Pires Franco (PFL-PA), jornalista que foi apresentador de um telejornal da Rede Globo de Televisão por 15 anos.
A mulher de Franco, Valéria Pires Franco, é vice-governadora do Pará. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle passou a ser presidida pelo deputado governista Isaías Silvestre (PSB-MG); a de Seguridade Social e Família, pelo também governista Simão Sessim (PP-RJ), e a de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, pelo deputado José Militão (PTB-MG).
Governista, Militão é aliado e amigo do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), que foi absolvido no processo de cassação depois de ter sido acusado de envolvimento no esquema de "mensalão".
A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público passou para a presidência do governista Aracely de Paula (PL-MG) deputado que foi prefeito biônico de Araxá, no Triângulo Mineiro, por oito anos.
O deputado João Leão (PP-BA) foi indicado pelo partido e eleito presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano. Governista, Leão é aliado do presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), cassado depois que foi acusado de envolvimento no esquema de "mensalão".
O deputado do PP da Bahia teve o nome, inicialmente, citado no escândalo em 2005, quando foi constatado que o chefe de gabinete dele havia entrado por duas vezes no prédio do Brasília Shopping, onde funciona a agência do Banco Rural na qual foram feitos saques nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, tido como um dos operadores do "mensalão".
O funcionário Eujaci Moreira dos Santos negou que tivesse estado na agência bancária. Para presidir a Comissão de Legislação Participativa, foi escolhido o deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG).
A oposição ficou com as Comissões de Minas e Energia, que será presidida pelo deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO); de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a ser presidida por Luiz Carreia (PFL-BA); de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, dirigida por Anivaldo Vale (PSDB-PA), e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que será presidida por Alceu Collares (PDT-RS), além das de Agricultura e Comunicação.
Ainda estão sem novos dirigentes as comissões destinadas ao PMDB: Finanças e Tributação, Turismo e Desporto e Viação e Transportes.