Começou a sessão da Câmara que vai votar a representação do Conselho de Ética para a cassação do deputado Wanderval Santos (PL-SP), por quebra de decoro parlamentar. O relator do processo, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), já defendeu seu parecer pedindo aos deputados que votem favoravelmente à cassação do mandato de Santos.
O parlamentar foi acusado de quebra de decoro parlamentar pelas comissões parlamentares mistas de inquérito da Compra de Votos e dos Correios. Seu motorista, Célio Marcos Siqueira, sacou R$ 150 mil da conta da empresa do empresário Marcos Valério de Souza na agência do Banco Rural de Brasília.
Santos defendeu-se da acusação afirmando que não tinha conhecimento do saque feito pelo motorista e, também, que não foi beneficiado com o dinheiro. O deputado disse que seu motorista estava a serviço do coordenador da bancada da Igreja Universal do Reino de Deus, o ex-deputado Carlos Rodrigues, e da Igreja Universal.
Em sua defesa, em Plenário, Santos afirmou que o motorista Célio Marcos disse, em todos os depoimentos, que ele (Wanderval) não sabia do saque e que ele (Célio) foi a agência do Banco Rural a mando do ex-deputado Carlos Rodrigues. Wanderval informou que a igreja nunca lhe pediu nada e que seu mandato foi exercido com independência.
Durante a defesa Wanderval Santos chorou diversas vezes e pediu ao Plenário que o absolva por "ser inocente e não ter cometido nenhuma quebra de decoro parlamentar". Disse também que, ao contrário do que afirmou o relator Chico Alencar, ele "nunca terceirizou o seu mandato".
O Conselho de Ética aprovou o parecer do deputado Chico Alencar por 10 votos a 3. Para o deputado ser cassado e perder parte dos direitos políticos, tornando-se inelegível até 2015, são necessários no mínimo 257 votos favoráveis ao parecer do relator Chico Alencar.