De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde foram confirmados 260 casos de dengue em todo o Paraná do início de janeiro até agora. O aumento de mosquitos deve-se ao calor intenso que tem feito especialmente nas regiões Norte, Noroeste e Oeste do estado.
Segundo Sílvio Brandt, técnico da vigilância epidemiológica do Programa de Dengue da Secretaria Estadual da Saúde, o calor influencia porque os ovos se transformam em mosquito mais rapidamente, por isso nessas regiões são registrados mais casos. ?Temperaturas mais elevadas, chuva e circulação de pessoas de regiões onde ocorre a doença fazem com que aconteça esse surto de dengue? diz.
Foto: UFRJ |
Dos casos confirmados até o momento, 225 são chamados de autóctones ? contraídos no próprio estado ? e 131 vieram de outras localidades do país. Foram detectados casos em onze cidades do Paraná. A região Oeste está sob controle, com exceção da cidade de Foz do Iguaçu. Na região Noroeste, apenas a cidade de Paranavaí não está controlada. Em municípios como Pato Branco, Santa Helena e Marechal Cândido Rondon não foram registrados mais casos da doença. ?Foz do Iguaçu está com 110 casos, 108 contraídos na cidade. Nesse caso o problema é o trânsito de pessoas de várias localidades, além da pouca colaboração da população na retirada dos possíveis criadouros de mosquito de dentro de suas residências?, diz Brandt.
O trabalho da Secretaria é combater o vetor e manter o índice baixo nessas regiões. ?Todos os municípios têm uma equipe trabalhando que faz visita às residências e orienta os moradores. Também fazemos uma vistoria geral para saber em que condições está aquela residência. Isso é um trabalho contínuo, feito durante todo o ano?, diz.
Comparado aos anos anteriores o número de casos não assusta. ?Não chega a ser alarmante. Em 2003, por causa de uma epidemia em Londrina, registramos mais de nove mil casos em todo o Estado; já no ano passado foram apenas 98. A dengue é cíclica, depende muito do tipo do vírus para que haja um surto epidêmico?, afirma Brandt.
Em 2003 foram registrados mais de 340 mil casos de dengue no Brasil. Em 2004 esse número caiu para 107.168 casos, uma redução de 69%, segundo dados do Ministério da Saúde. A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas menores que 16°C, porque os mosquitos se proliferam em temperaturas entre 30 e 32ºC. De acordo com o Simepar, para as regiões Norte, Noroeste e Oeste do Estado, as temperaturas médias vão ser mais amenas que no verão a partir de agora.
A transmissão da doença
O ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por aproximadamente uma semana. Após este período, se transformam em mosquitos adultos e começam a picar as pessoas. O principal transmissor da doença é a fêmea do mosquito da dengue, Aedes aegypti.
Existem duas formas da doença, a clássica e a hemorrágica. Os sintomas da dengue clássica são febre, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, mas ela raramente é fatal. Já a dengue hemorrágica é a forma mais grave, pois, além dos sintomas da dengue clássica, pode ocorrer sangramento e levar à morte.