Calheiros diz que não cabe à CPI continuar investigação sobre Marcos Valério

Brasília ? No que depender do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as investigações parlamentares sobre o esquema de corrupção operado pelo empresário Marcos Valério de Souza terminam com o resultado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.

Em entrevista à imprensa divulgada no final de semana, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira afirmou que a fonte dos recursos "injetados" no partido teria origem em um pool de empresas empenhadas em ganhar contratos com o governo e em garantir o destino de emendas de parlamentares. Marcos Valério, segundo Pereira, era um dos emissários do esquema e teria como objetivo arrecadar R$ 1 bilhão.

Por causa das declarações, Pereira deve ser ouvido na próxima quarta-feira (10) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Segundo Renan, se houver novidades no depoimento, as informações serão encaminhadas à Polícia Federal e ao Ministério Público.

"Já existe um depoimento marcado na CPI dos Bingos. Se houver fato novo será enviado ao foro apropriado, Polícia Federal e Ministério Público", disse, ao ser questionado se caberia à CPI dos Bingos dar seqüência às investigações sobre o esquema de corrupção operado por Valério.

Para alguns parlamentares da oposição, o procedimento não deve ser esse. O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que as investigações pela comissão têm procedimento na medida em que o advogado Rogério Buratti afirmou que, em 2002, a direção do PT recebeu dinheiro ilegal de donos de casas de bingos para campanhas políticas.

"Agora, o Silvio Pereira disse que o Marcos Valério dominou as finanças do partido e que o então tesoureiro, Delúbio Soares, tinha perdido o controle sobre o empresário. Por isso, existe um foco determinado", afirmou. Ele espera, nas reuniões administrativas que acontecem esta semana, que a CPI vote o requerimento para a convocação de Marcos Valério.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), foi à tribuna para tentar demonstrar que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu guarida ao empresário. Ela apresentou atos do governo federal contra as empresas de Marcos Valério. "Em março de 2003, o governo do presidente Lula deflagrou uma devassa nas contas das empresas DNA e Graffitte, que culminou em multas em favor da União de R$ 64 milhões", disse a senadora. Ela lembrou, ainda, o processo aberto pelo governo, em 2004, contra a SMP&B Propaganda por crime contra a Ordem Tributária.

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