O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) advertiu que não admitirá nenhuma manobra protelatória do governo na indicação dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. "Tenho pautado-me pelo diálogo, pela serenidade e terei a paciência necessária para aguardar que os líderes indiquem seus representantes. Mas, se não indicarem, vou reunir-me com eles para tratar dessas indicações", afirmou. Calheiros recusa-se a fixar um prazo para as designações porque afirma achar que seria prejudicial ao diálogo que estabeleceu com os partidos. Mas também deixou claro que a paciência tem limite. "Não permitirei que minha paciência seja confundida com leniência", afirmou. Ele disse que não pretende tomar a iniciativa da nomeação até a próxima semana, até porque afirma considerar "razoável" aguardar que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara se pronuncie sobre o recurso que considera o pedido de CPI inconstitucional. "O que não é razoável é que a CCJ seja usada como medida procrastinatória porque a sociedade já demonstrou que não quer isso; ela quer o esclarecimento dos fatos." Segundo Calheiros, se a CCJ não tiver ao menos definido a data de votação na próxima semana, ficará difícil esperar mais.
