Em meio a uma oferta recorde de crédito ao mercado imobiliário no País – R$ 19 bilhões tanto por bancos públicos como privados -, a Caixa Econômica Federal deu a largada hoje (27) ao segundo Feirão da Casa Própria, em São Paulo. Serão três dias em que, num mesmo lugar, o consumidor poderá tirar sua carta de crédito na hora pelo banco, pesquisar entre mais de 43 mil ofertas de imóveis de construtoras, imobiliárias e da própria Caixa, fazer propostas, e sair com contratos assinados e registrados em cartório. Outros 13 eventos como esse também serão realizados em mais oito Estados. A expectativa é atrair cerca de 500 mil pessoas.
À espera da abertura das portas do pavilhão vermelho do Expo Center Norte, às 10 horas, centenas de pessoas aguardavam, muitas delas por mais de 18 horas. Em busca de uma boa oportunidade, o motorista Fábio de Oliveira e a mulher Luciana chegaram às 17h20 de ontem e foram os primeiros da fila. "Para pegar uma casa boa", disse.
E foi bem preparado. Para agüentar firme a noite inteira na fila levou cobertor e marmita. Nas mãos, a documentação necessária para tirar a carta de crédito. "Espero conseguir R$ 42 mil." Para sua surpresa, Oliveira saiu com aval para financiar R$ 50 mil. Mas não encontrou no Feirão um imóvel no perfil que procurava. "Vamos procurar nas imobiliárias do bairro", afirmou Luciana. Eles têm seis meses para utilizar a carta de crédito.
A grande vantagem da feira, de acordo com os organizadores, é a desburocratização. "O acesso está mais fácil", diz Ricardo Yazbek, presidente em exercício do Sindicato da Habitação (Secovi), parceiro da iniciativa. Além disso, os interessados podem comparar ofertas. "É um momento favorável ao comprador. Os juros estão menores."
Recursos
Para 2006, a Caixa destinou cerca de R$ 10,3 bilhões para financiamento habitacional das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e mais R$ 2 bilhões da poupança. Até abril, já foram contratados R$ 3,5 bilhões – 119% mais do que os R$ 1,6 bilhão aplicados no mesmo período de 2005. "Este ano, 77% dos recursos foram para famílias com renda até cinco salários mínimos", ressalta a presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho. Somente para a Região Metropolitana de São Paulo, o banco reservou cerca de R$ 1 bilhão, segundo o superintendente de negócios da Caixa, Augusto Vargas.