O ex-presidente do PT, José Genoino, admitiu, em carta à militância do PT divulgada hoje, que o recurso ao caixa dois de campanha foi o grande erro do partido ao longo de sua gestão. Entres outros erros que o político reconheceu no documento, Genoino destacou o abandono da defesa de bandeiras históricas desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à presidência

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O petista ressaltou que foi na preparação e realização da campanha eleitoral de 2004 que o PT cometeu "seu principal erro" o caixa dois. Esta falha, segundo ele, foi estimulada pela idéia de que uma vitória no pleito seria necessária para permitir que o governo Lula avançasse nos dois últimos anos do mandato

Na carta, disponível no site www.genoino.org, o político reforçou que não teve envolvimento no episódio em que um assessor de seu irmão foi preso com dólares escondidos na cueca. "A intensa e virulenta exploração desse fato tinha como único objetivo atacar o Partido dos Trabalhadores", afirmou. Além disso, argumentou que os empréstimos avalizados por ele e concedidos ao PT pelos bancos BMG e Rural foram "rigorosamente legais"

Esses "equívocos", segundo Genoino, foram explorados "maldosa e oportunisticamente" por opositores do PT e resultaram em seu recolhimento da vida pública nos últimos meses. Ele ainda contestou o tratamento que lhe foi dado nas investigações conduzidas pelas CPIs e pelo Ministério Público sobre o caso do mensalão. "A bem da verdade, fui citado no relatório da CPMI e estou sendo denunciado pelo Ministério Público pelo simples fato de ter sido presidente nacional do PT." Genoino também criticou a imprensa, que segundo ele atuou nesse processo como "um predador que persegue sua caça" e "busca obsessivamente o espetáculo"

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Na carta, Genoino explicitou sua vontade de retornar à vida pública nas próximas eleições, o que ocorrerá por meio de uma candidatura a deputado federal, segundo dirigentes da legenda. "Provido dessas certezas, das críticas e da autocrítica, retorno à militância e à luta política. Talvez menos ingênuo, talvez mais experiente. Mas, com certeza, mais calejado e mais animado.