Cai a participação de estrangeiros na dívida brasileira

Num momento de grande oferta de dinheiro no mercado internacional, a participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida (interna e externa) do governo brasileiro diminui R$ 11,7 bilhões em 2006. Essa queda ocorreu apesar do aumento das aplicações dos estrangeiros em títulos da dívida interna por causa da aprovação da Medida Provisória (MP) que concedeu, em fevereiro do ano passado, isenção do Imposto de Renda (IR) para esses investimentos.

É que a queda de R$ 34 bilhões da dívida externa em títulos do governo federal verificada no ano passado acabou sendo maior do que a entrada no País de R$ 22,3 bilhões de novos investimentos para aplicações em títulos da dívida interna. A redução da dívida externa foi possível por causa da política adotada pelo governo de recomprar os papéis de curto prazo e emitir uma quantidade menor de novos títulos no mercado externo. Com essa estratégia, a dívida externa em títulos federais passou de R$ 177,5 bilhões para R$ 143,5 bilhões.

Já o estoque de investimentos estrangeiros em títulos da dívida interna subiu de R$ 6,5 bilhões, registrados em dezembro de 2005 para R$ 28,8 bilhões, refletindo os efeitos da isenção.

2007

O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional Ronnie Tavares, explicou nesta quarta-feira (31) que a prioridade do governo em 2007 é a de ampliar o prazo de vencimento dos títulos da dívida externa atrelados ao real. "Pode ser de 20 anos ou 30 anos. O prazo não está definido", informou.

Segundo Tavares, essa estratégia não significa que o Tesouro não possa lançar mão também de emissões de papéis que já foram lançados – BRL 2016 e BRL 2022. O governo já emitiu R$ 3 bilhões do BRL 2022 e R$ 3,4 bilhões do BRL 2016.

O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, foi taxativo ao afirmar que, no mercado interno, o governo não vai emitir, ao longo deste ano, títulos prefixados com prazo de vencimento superior a 10 anos, em 2017.

"O alongamento dos prazos de títulos prefixados será feito pelo mercado externo", disse Valle. Segundo ele, no mercado interno a estratégia é a de garantir uma liquidez boa para o prefixado de 10 anos e somente depois ampliar os prazos, a partir de 2008.

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