Cade rejeita acordo com indústria de suco

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliou nesta quarta-feira (22) que seria possível firmar um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com as empresas processadoras de suco de laranja desde que a prática de cartel tivesse sido interrompida em 2000, quando entrou em vigor a lei 10.149. A explicação é da presidente do Cade, Elizabeth Farina. O Cade rejeitou hoje um acordo encaminhado pelas indústrias à Secretaria de Direito Econômico (SDE) pelo qual as empresas pagariam R$ 100 milhões para encerrar processo de investigação por formação de cartel. Segundo o Cade, o Ministério Público apresentou informações que mostram que as empresas continuaram fixando preços e repartindo a oferta entre elas após o ano de 2000.

Segundo o procurador José Elaeres, dois ex-empregados de uma empresa foram ouvidos pelo Ministério Público e disseram que houve a prática de cartel além do ano de 2000. Esses funcionários, segundo o procurador, receberam todos os seus direitos quando foram demitidos da empresa e, por isso, não haveria razões para tentar prejudicar as indústrias. De acordo com a presidente do Cade, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é usado para reparar danos e não está previsto para questões de direito antitruste. "O TAC e TCC não são instrumentos jurídicos nesses caso de cartel", disse ela. O procurador ressaltou que os conselheiros são favoráveis ao acordo, mas "o modelo proposto neste caso não é bom". "Não dá para encerrar esse processo agora", disse o relator do caso, conselheiro Luís Fernando Rigato Vasconcellos.

Com a recusa do Cade em aceitar o acordo, a SDE continuará investigando a ação movida pelos produtores de laranja. O procurador disse ainda que, nos depoimentos, os ex-funcionários disseram que a Cargill mantinha um relacionamento "promíscuo" com outras empresas, ou seja, acertava preço para compra da caixa de laranja.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo