O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a principal bandeira desenvolvimentista do governo presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, ainda está à espera da primeira obra concluída para inaugurar. Mais um ano se foi, mas o governo não perdeu a pose e continua a usar o PAC como recheio da incontida apologética das figuras mais notórias do Planalto.

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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a quem se atribui a condição de presidenciável e um dos mais credenciados pré-candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) para 2010, enfatizou que o PAC termina o ano com R$ 13,3 bilhões empenhados e que logo o País será transformado num autêntico canteiro de obras. Um filme todo riscado pela quantidade de vezes que foi exibido.

Ao longo do exercício de 2008 o programa deixará de ser apenas uma proposta retórica, semeando obras de saneamento e habitação popular a partir de março, com grande visibilidade nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

O entusiasmo do governo com o PAC, coincidente com o ano de eleições de prefeitos e vereadores, deixa transparecer uma característica para a qual os operadores políticos da administração federal, ao que parece, tiveram uma atenção especial.

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Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, lembrou que ?as obras vão ocorrer dentro das cidades?, objetivamente na infra-estrutura social e urbana, incluindo obras de melhoria das condições de moradores em favelas e a despoluição de represas e rios.

Diante disso, não é demais imaginar que o governo tenha atrasado o cronograma do PAC de olho nas eleições. Ora, se há alguns bilhões carimbados e vários projetos em fase de contratação com as empreiteiras, nada mais estratégico que implantá-los na temporada de caça ao voto.

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