O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que o PMDB continuará apoiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar as denúncias do suposto esquema de fraudes em licitações de obras públicas, conhecido como Operação Navalha, que motivou a queda do ministro de Minas e Energia, o peemedebista Silas Rondeau. "O PMDB segue com o trabalho de apoio ao presidente Lula, porque quer o melhor para o País", destacou Cabral, após participar do Fórum de Debates Político e Empresarial da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).
Ainda sobre o escândalo, o governador fluminense avaliou que numa democracia moderna, onde a imprensa é livre e onde o Ministério Público e a Polícia Federal atuam, esses fatos acabam fazendo parte do jogo democrático. "Temos é que olhar para frente", emendou ele. Com relação à demissão do ministro, Cabral disse esperar que ele possa se defender e provar sua inocência dessas acusações. "Eu tinha uma boa relação (com Rondeau). Ele sempre foi um amigo do Rio de Janeiro", complementou.
O governador do Rio destacou também que sua legenda, pelo tamanho que tem e pelo número de deputados federais, senadores e governadores que possui, "tem uma responsabilidade pela estabilidade e pela garantia da normalidade democrática". "O PMDB participa do governo federal e tem todo interesse que o governo Lula dê certo", ressaltou Cabral.
Num contraponto às declarações do presidente estadual do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, que disse na manhã de hoje que Rondeau nunca foi ligado ao PMDB, mas "uma indicação pessoal do senador José Sarney", o governador do Rio afirmou que o PMDB conseguiu se reunificar e está seguindo unido.
Cabral aproveitou também para elogiar a atuação do senador José Sarney (PMDB-AP), que indicou Rondeau para o Ministério de Minas e Energia. "Sarney tem larga experiência e já enfrentou situações históricas e difíceis. Longe do presidente Sarney ter tido qualquer tipo de mácula em sua biografia".
