Butantã deve lançar 20 vacinas e remédios até 2010

O Instituto Butantã espera lançar 20 vacinas e remédios até 2010. O calendário faz parte do plano quadrienal da instituição, que atualmente é responsável por 85% da produção de vacinas na América Latina. O lançamento do projeto, dia 8, junto com a inauguração oficial do prédio da fábrica de vacinas da gripe do Butantã, inclui vacinas de rotavírus, gripe, rotavírus e a vacina tríplice (sarampo, caxumba e rubéola) com hepatite B.

A tríplice com hepatite B, em fase de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deverá ainda ser exportada para a Unicef ao preço de U$S 0,15 a dose – serão 100 milhões. Mas um dos anúncios mais esperados é o da vacina contra a dengue, prevista para chegar ao mercado em 2009. Assim como ocorre com a gripe aviária, ainda não existe vacina para a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

O aval para importação de uma das poucas cepas da vacina da dengue desenvolvidas no mundo deverá ser dado na semana que vem. Na quinta-feira, técnicos da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) reúnem-se para decidir a permissão para a importação. Dificilmente a solicitação será negada. O pedido foi entregue em caráter de urgência. Significa que pulou algumas etapas formais antes de ser submetido aos técnicos, como publicação no Diário Oficial da União.

A cepa vem do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. ?Está sendo desenvolvida há seis anos e somos os únicos fabricantes de vacina que vão trabalhar em parceria com eles?, diz Isaías Raw, diretor da Divisão de Desenvolvimento Tecnológico do Butantã. ?Os Estados Unidos não têm dengue, mas se preocupam com os viajantes e o exército espalhado pelo mundo.? O Butantã foi selecionado para fazer testes clínicos com a cepa.

?Escolhemos lugares pandêmicos, como Ribeirão Preto e Mato Grosso do Sul?, conta Raw. A primeira etapa vai durar dois meses quando serão analisadas doses de diferentes concentrações em cerca de cem voluntários. Na segunda fase, será avaliada a eficácia da imunização em 300 pessoas. Depois disso, o produto será submetido à Anvisa.

Além da ajuda do governo do Estado, a produção da vacina terá apoio da Fundação Path, ligada à Fundação Bill & Melinda Gates, que vai doar alguns materiais, como reagentes. ?O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avalia a possibilidade de investir R$ 10 milhões?, diz Raw.

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