Líderes da oposição democrata no Congresso dos EUA fizeram uma primeira oferta de concessões no embate com o presidente George W. Bush sobre os termos do financiamento das operações militares do Iraque, mas a Casa Branca rejeitou a proposta. Os democratas, em reunião com altos assessores do presidente, dispuseram-se a retirar, da lei que autoriza gastos com a guerra, uma série de previsores para despesas domésticas. Eles também se comprometeram a dar a Bush autoridade para passar por cima de um cronograma para a retirada de tropas. Mas não houve acordo.

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"Dizer que fiquei desapontado com a reunião é um eufemismo", diz o líder da maioria no Senado, Harry Reid, do Partido Democrata. O chefe de gabinete da Casa Branca, Joshua Bolten, que rejeitou o acordo, disse que qualquer tipo de cronograma prejudicará o esforço americano no Iraque. "Consideramos que não se trata de uma distinção significativa", disse ele. "Seja descartável ou não, um cronograma envia o sinal errado". Em jogo, estão mais de US$ 90 bilhões (R$ 180 bilhões) que o presidente diz serem necessários para cobrir os custos dos combates no Iraque e no Afeganistão.

O Congresso, dominado pelo Partido Democrata, enviou a Bush, em 1º de maio, projeto de lei que financiaria a guerra, com a contrapartida de que as tropas começassem a voltar para casa a partir de 1º de outubro. O presidente vetou a lei e os democratas, incapazes de derrubar o veto, agora buscam aprovar um orçamento para a guerra até o final do mês que, ao mesmo tempo, garanta apoio aos soldados e condene a forma como o conflito vem sendo conduzido. Bush já se declarou disposto a aceitar que a lei expresse metas, mas não se aceitará punições caso as metas não sejam cumpridas.

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