O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, usou as palavras de seus inimigos terroristas para combater o que classificou como complacência dos americanos diante de ameaças futuras. Bush defendeu as ações de sua administração na área de segurança nacional no início oficial da campanha eleitoral nos Estados Unidos.
Bush citou cartas, pronunciamento e gravações de áudio e vídeo atribuídas a terroristas para dizer que a Al-Qaeda e outros grupos se adaptaram às mudanças nos sistemas de defesa dos Estados Unidos e não perderam o ímpeto de atacar os americanos em seu próprio território. Segundo o presidente, embora ataques como os de 11 de Setembro não tenham voltado a ocorrer em solo americano, o perigo continua intenso.
"Bin Laden e seus aliados terroristas têm deixado suas intenções tão claras quanto fizeram Lenin e Hitler anteriormente", discursou o presidente diante da Associação de Oficiais Militares da América. "A questão é: nós escutaremos? Prestaremos atenção no que esses homens malignos têm a dizer?", continuou.
Dentre os documentos citados em seu pronunciamento, Bush referiu-se a um atribuído à Al-Qaeda no Iraque, no qual a organização traça planos para conquistar a província de Anbar e instalar estruturas governamentais na região. "Não deveríamos e nem vamos dar a vitória ao inimigo deixando os iraquianos à sua sorte", disse Bush, que afirmou que os EUA "não vão aceitar nada além de uma vitória" no Iraque
Bush aproveitou a proximidade com o aniversário de 5 anos do 11 de Setembro para reforçar sua política antiterror. "Os terroristas que nos atacaram em 11 de Setembro são homens sem consciência, mas não são loucos", disse. "Eles matam em nome de uma ideologia clara, um conjunto de crenças que são malignas mas não são insanas.
O discurso de Bush coincide com o lançamento de uma nova estratégia antiterror que aponta avanços significativos na luta contra o terrorismo global, mas que diz que os extremistas se adaptaram às estratégias de defesa dos EUA. "Os EUA estão mais seguros, mas ainda não estamos seguros", diz o estudo.
Lançado a dois meses das eleições legislativas de novembro, o relatório é a última tentativa da Casa Branca de destacar as questões relativas à segurança nacional, um tema que ajudou os republicanos em campanhas passadas. Os democratas divulgaram sua própria estratégia sobre o tema. "Anos de políticas republicanas falidas fizeram da América um lugar menos seguro e menos capaz de lutar contra o terrorismo, e os democratas estão prontos para levarem este país para uma nova direção", disseram os democratas em uma nota à imprensa.
Em seu discurso, Bush também disse que um Irã de posse de armas nucleares iria chantagear o mundo livre e representar uma ameaça mortal para o povo americano. "Não vou deixar que isso aconteça" prometeu Bush. "E nenhum futuro presidente americano pode permitir isso também".
Com aliados europeus sugerindo cautela na pressão sobre o Irã para que suspenda o enriquecimento de urânio, Bush disse que trabalhará em conjunto com outros governos para encontrar uma solução diplomática para o impasse.
Mas ele frisou: "As nações livres não vão deixar o Irã desenvolver armas nucleares".
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, criou hoje grande expectativa ao dizer que daria uma boa notícia sobre questão nuclear. Mas o dia passou sem um pronunciamento de Ahmadinejad sobre o assunto. Já o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu que o mundo não deve isolar o Irã por causa de seu programa nuclear.
O Alto representante da UE para Política Externa, Javier Solana, e o chefe das negociações iranianas sobre questão nuclear, Ali Larijani, se reunião ‘provavelmente’ amanhã em Viena para discutir o impasse, indicaram fontes diplomáticas.
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