Bush admite sair do Iraque em 2008 se houver condições

O presidente americano, George W. Bush, admitiu nesta quinta-feira (07) pela primeira vez a possibilidade de retirar as tropas norte-americanas no Iraque. Contudo, afirmou que só tomará a decisão, uma das 79 recomendações do relatório da comissão bipartidária pedindo uma grande mudança na política para o Iraque, se houver condições. "Temos de ser realistas e flexíveis ao elaborar programas e determinar o número de soldados que permanecerão no país", disse.

Bush comentou hoje o relatório, mas indicou que considerará apenas algumas das várias recomendações enquanto traça uma nova estratégia. Ao lado de seu principal aliado na guerra, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Bush reconheceu hoje que "as coisas vão mal no Iraque" ao ser questionado por um jornalista sobre a atual situação no país do Golfo Pérsico.

Os dois líderes se reuniram hoje na Casa Branca um dia após o Grupo de Estudo para o Iraque, chefiado pelo ex-secretário de Estado James Baker e o ex-deputado democrata Lee Hamilton, divulgarem um relatório dizendo que a política de guerra dos EUA no Iraque tinha fracassado e uma grande mudança de curso era necessária, incluindo o começo da retirada das tropas de combate.

Estudos

Questionado durante entrevista coletiva sobre quando começaria a aplicar as recomendações, Bush disse que outros estudos estavam sendo realizados pelo Pentágono, o Departamento de Estado e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Ao mesmo tempo, Bush disse "não acho que Jim Baker e Lee Hamilton esperem que aceitemos todas as recomendações." Bush informou que planeja fazer um discurso para expor sua decisão sobre um novo caminho.

Bush rejeitou a recomendação para que a Casa Branca dialogue com Síria e Irã em busca de sua ajuda para estabilizar o Iraque. "Os países que participam das conversações não podem financiar o terrorismo, precisam ajudar a jovem democracia a sobreviver, precisam ajudar a economia do país," declarou Bush. "Se as pessoas não estiverem comprometidas, se Síria e Irã não estiverem comprometidos com esse conceito, então eles nem precisam se preocupar em aparecer.

Irã

O chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, afirmou hoje que os EUA não precisam conversar com Teerã para tentar melhorar a situação no Iraque, como foi recomendado no relatório, mas sim retirar as tropas do país do Golfo Pérsico. O Irã, no entanto, não descartou a possibilidade de diálogo se Washington mudar suas atitude e política.

Por sua vez, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse hoje que era um erro relacionar o conflito árabe-israelense com os profundos problemas no Oriente Médio e descartou qualquer contato imediato com a Síria, por causa de seu apoio ao movimento palestino Hamas e ao grupo libanês Hezbollah. Já a Síria, qualificou o relatório de "objetivo", principalmente ao destacar o papel que os países vizinhos poderiam desempenhar para garantir a segurança a estabilidade no Iraque.

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