O presidente americano, George W. Bush, aceitou nesta segunda-feira (04) a renúncia de John Bolton como embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU), manifestando seu profundo desapontamento pelo fato de alguns senadores terem bloqueado sua confirmação. Bolton, de 58 anos, apresentou sua renúncia em uma carta na sexta-feira depois que ficou claro que ele não conseguiria vencer uma nova batalha de confirmação no Senado, onde os democratas obtiveram maioria nas eleições de meio de mandato em 7 de novembro.
Ele deixará o cargo assim que vencer sua designação – no final do período de sessões legislativas, em janeiro -, anunciou a Casa Branca. A prorrogação da designação de Bolton estava estancada no Comitê de Relações Exteriores do Senado havia mais de um ano, obstaculizada tanto por democratas quanto por republicanos. Bush designou Bolton de modo extraordinário em agosto de 2005, quando o Congresso estava em recesso. Com a proximidade do fim de sua indicação, Bush reapresentou a nomeação no dia 9, mas os democratas permaneceram contra a escolha.
Segundo algumas versões de fontes republicanas, apesar de Bush não poder dar uma nova designação a Bolton durante o recesso legislativo, a Casa Branca estava estudando outras maneiras de mantê-lo no cargo, talvez dando-lhe outro título no lugar de embaixador. Mas Bolton – que havia causado polêmica por intimidar analistas de inteligência para que apoiassem suas posições agressivas enquanto estava no Departamento de Estado – decidiu desistir do cargo. Para o senador democrata John Kerry, a partida de Bolton pode ser um momento de virada na política externa da administração Bush.
"Com o Oriente Médio à beira do caos e aumentando as ameaças nucleares por parte do Irã e da Coréia do Norte, precisamos de um embaixador na ONU que tenha pleno apoio do Congresso, e possa ajudar a unir a comunidade internacional para enfrentarmos sérias ameaças diante de nós", disse Kerry. Agora, continuou, Bush deve nomear um embaixador "que desfrute o apoio necessário para unir nosso país e o mundo e possa colocar resultados à frente de ideologia".
