Dois dias depois da derrota republicana nas eleições de meio de mandato, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quinta-feira (9) que está aberto a sugestões sobre a política a ser adotada para o Iraque. "Estou aberto a qualquer idéia ou sugestão que nos ajude a alcançar nossos objetivos de derrotar os terroristas e garantir o sucesso do governo democrático no Iraque", afirmou Bush numa rápida declaração nos jardins da Casa Branca, ao lado de todo o seu gabinete – com quem se havia reunido pouco antes para analisar o futuro de seu governo.
"Não importa de que partido venham (as sugestões), todos temos a responsabilidade de assegurar que as tropas no Iraque tenham os recursos e o apoio de que precisam para vencer", afirmou, um dia depois de ter anunciado a demissão de um dos principais arquitetos da estratégia americana no conflito, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld. Para o lugar de Rumsfeld, Bush designou o ex-diretor da CIA e amigo de seu pai – o ex-presidente George H. Bush – Robert Gates.
Os democratas basearam boa parte de sua vitoriosa campanha eleitoral nas críticas à política do governo para o Iraque, onde estão cerca de 140 mil soldados dos EUA e onde mais de 2.800 americanos morreram em três anos e meio de guerra. Apesar da disposição de ouvir sugestões, Bush não mencionou em nenhum momento a retirada imediata das tropas do Iraque – opção que descartou em várias ocasiões. O presidente argumenta que essa decisão cabe exclusivamente aos responsáveis militares na região e não está disposto a fixar calendários em função dos desejos dos políticos.
Logo depois da declaração, Bush almoçou com a futura presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, e com o segundo líder da bancada democrata na Casa, Stony Hoyer. Além da situação no Iraque, eles analisaram a agenda legislativa do novo Congresso. Bush apontou, entre as prioridades que vai destacar, a aprovação da Lei de Vigilância aos Terroristas – uma medida que torna legais escutas telefônicas por parte do FBI de suspeitos de terrorismo – e uma nova legislação sobre energia.
Os democratas, que na terça-feira já tinham comemorado a conquista de mais da metade das 435 cadeiras da Câmara dos Representantes e se instalaram em 28 governos dos 50 Estados do país tiveram nesta quinta-feira a confirmação da maioria também no Senado, com a definição da eleição na Virgínia.
Bush, que pela primeira vez desde que chegou ao poder terá de governar com minoria no Congresso, conclamou a oposição a estabelecer uma "parceria" para os próximos dois anos de mandato.
