Julio César Lima (AE) – A extensão dos danos ambientais provocados pela explosão do navio chileno Vicunã, na noite de segunda-feira (15) no terminal da empresa Cattalini, no Porto de Paranaguá, no litoral paranaense, é muito maior do que estava previsto. Mesmo com a utilização ininterrupta de máquinas de sucção, a mancha de óleo combustível e metanol se espalhou por 20 quilômetros da área do acidente e ameaça diversas aves e animais da região. Para evitar que o problema se alastre, o Ibama anunciou para esta quinta-feira (18) uma operação de resgate e limpeza desses animais.
Segundo o órgão, populações ribeirinhas da região teriam visto principalmente tartarugas e biguás afetados pelo óleo. A idéia é montar um centro de captura para receber esses animais para limpeza e tratamento e, depois, devolvê-los à natureza.
Enquanto isso, as buscas pelos corpos dos outros dois tripulantes desaparecidos continuam. Até o início da noite de quarta-feira foram encontrados os cadáveres dos chilenos José Obreque Manzo, 38 anos, e Carlos Sepúlveda Adriasola, 51 anos. Os outros 24 tripulantes permanecem em hotéis da cidade, onde deverão ficar até serem ouvidos pela polícia e a Capitania dos Portos, que apuram as causas do acidente.
Segundo o coordenador da Promotoria de Meio Ambiente do Paraná, Saint-Clair Honorato Santos, a multa a ser aplicada aos responsáveis pelo acidente, que é o maior dos últimos 20 anos, deve atingir R$ 50 milhões.
Mesmo com risco mínimo de explosão, o superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, decidiu suspender, por medida de segurança, as atividades do terminal da empresa de fertilizantes Fospar, que está próxima ao terminal da Cattalini, onde ocorreu o acidente.
Além da ação anunciada pelo Ibama, o ministro José Fritsch, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, também deve visitar o local para conhecer a extensão do acidente, que provocou a interrupção da pesca na região. Essa medida deve durar pelo menos 60 dias, tempo previsto para a finalização de toda a limpeza.
