Busato: decisão de fechar Jornal da Manhã foi “truculenta”

Uberlândia (MG)

– O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, classificou na última quinta-feira, dia 22, como “truculenta” a ordem judicial expedida pelo juiz eleitoral de Uberaba, Lênin Ignachitti, de fechar por 48 horas o Jornal da Manhã, que circula diariamente naquela cidade. A diretoria do jornal, que um dia após a determinação obteve no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais liminar para pôr o jornal novamente em circulação, considerou a decisão arbitrária e afirmou que o juiz violou a norma do devido processo legal. Além de ter a circulação suspensa, o jornal teve sua sede e computadores lacrados por força policial.

“A OAB lamenta a atitude desse juiz, que não teve a serenidade de aplicar corretamente o que dispõe a legislação”, afirmou Roberto Busato. “Não podemos voltar ao tempo dos quartéis e do uso indiscriminado da força porque a liberdade de imprensa deve ser preservada em um país democrático”. O presidente da OAB acrescentou que a determinação do juiz – conhecido na região pelas decisões radicais – foi “um atentado à imprensa livre e ao direito à informação”. “Felizmente esse erro foi reparado pelo TRE mineiro”.

A polêmica teve início no último domingo (18), quando o Jornal da Manhã publicou entrevista com o vice-prefeito de Uberaba, Odo Adão (PSDB). Na matéria jornalística, ele adiantou a intenção de se submeter à convenção do partido e disputar com o deputado Fahim Sawan (PSDB) a indicação para sair candidato à prefeitura nas próximas eleições. O juiz Lênin Ignachitti considerou a entrevista propaganda eleitoral extemporânea e, como punição, expediu mandado de fechamento do jornal pelo período de 48 horas.

(OAB)

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