A proposta de criação da chamada comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Lula foi criticada hoje pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, que atribuiu a apresentação do requerimento com 34 assinaturas no Senado ao "calendário eleitoral" e ao "jogo político-partidário", que "não tem limites éticos". A OAB analisa a possibilidade de entrar com um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Conselho Federal da entidade decidirá sobre a questão no dia 8.
"Abrir uma CPI nesse momento eu acredito que não vai trazer resultados positivos, a não ser aumentar o clima político eleitoral", disse o presidente da OAB, que participou, em Diamantina (MG), da solenidade do Dia de Tiradentes, onde foi agraciado com Grande Medalha da Inconfidência.
O destino da comissão parlamentar será analisado na terça-feira (25) pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O pedido com as adesões foi apresentado pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE) e está focalizado em fatos que envolvem a família de Lula e as relações dele com o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto.
Busato comparou a atual crise política a uma caixa de lenços de papel – "Você puxa um, aparece o segundo, tira o segundo, aparece o terceiro…" – e disse que a sociedade civil chegou ao "limite da paciência e da tolerância".
"O calendário eleitoral complica tudo. Há o jogo do poder, há o jogo político partidário, que não tem limites. Não tem limites éticos, não tem limites de toda a forma. Portanto, é uma situação muito complicada", afirmou o presidente da OAB.
