O governador mineiro Aécio Neves, mesmo sendo Minas Gerais o estado que mais recursos receberá da operação tapa-buracos que o DNIT realiza desde segunda-feira, nem por isso deixou de criticar o governo federal pela medida extemporânea.
Aécio lembrou que a situação calamitosa das rodovias já é conhecida há muito tempo, mormente em seu estado, onde está a mais extensa malha viária sob responsabilidade direta do governo federal.
Deflagrar a operação tapa-buracos numa época de chuvas abundantes, na visão do governador Aécio Neves e técnicos do setor, é aplicar recursos oriundos da arrecadação de forma irresponsável, porquanto os buracos cobertos agora voltarão a aparecer a médio prazo.
O governo sofre pesado ataque da oposição, cujos expoentes reiteram ser a medida de exclusivo apelo eleitoral. O desmentido veio na forma do argumento que não se pode parar de trabalhar, só porque é ano eleitoral. Entrementes, o governo não convence a opinião pública da aberrante evidência da falta de visão da realidade, e de deixar milhares de motoristas trafegarem sobre infindável sucessão de crateras ao longo de três anos.
A situação torna-se mais nebulosa, quando o ministro dos Transportes aparece, em pessoa, nos canteiros de obras, acolitado por políticos da base governista, dizendo que a saída do cargo é iminente para se candidatar a deputado ou governador do Amazonas.