Depois de desistir de ter apenas um candidato da base aliada na eleição para a presidência da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu que qualquer que seja o resultado da disputa, no dia 1º de fevereiro, o governo sairá perdendo. Diante dessa constatação, recomendou a seus líderes e ministros que, encerrado o processo de escolha, esqueçam as diferenças e tentem reconstruir a unidade. O objetivo é aprovar as medidas provisórias e projetos de lei do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A avaliação de que a vitória dos aliados Aldo Rebelo (PC do B-SP) ou Arlindo Chinaglia (PT-SP) desgastará o governo deve-se à evidência de que a campanha saiu do controle do Palácio do Planalto – Aldo se aliou ao PFL e firmou com a legenda vários compromissos; Chinaglia está recebendo apoio do grupo do ex-deputado José Dirceu (PT-SP), que sonha voltar à Câmara com um projeto de anistia de iniciativa popular. O Planalto teme que esse grupo fique muito forte e tente tutelar o presidente.
Uma eventual vitória do tucano Gustavo Fruet (PR), então, seria a maior das derrotas, pois daria ao PSDB o comando da Câmara pelos dois primeiros anos do segundo mandato de Lula. Nesse caso que o Palácio do Planalto não consegue nem admitir que possa ocorrer, o PAC estaria seriamente comprometido, pois depende da aprovação de sete medidas provisórias, dois projetos de lei complementar e dois projetos de lei ordinária. Um presidente da Câmara da oposição pode infernizar a vida de Lula.
