Briga de foice

O primeiro trecho de rodovias federais concedido à iniciativa privada foi a Ponte Presidente Costa e Silva, ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em 1995. Desde então a malha se expandiu para os atuais 9.781,5 quilômetros transferidos por contratos de concessão de exploração, duplicação e manutenção a empresas particulares.

São Paulo é o estado que maior extensão (3.959 km) concedeu ao controle de empresas privadas constituídas para esse fim, aparecendo em seguida o Paraná (2.496,8 km) e Rio Grande do Sul (2.477,2 km). Os demais estados são Rio de Janeiro (563,9 km), Bahia (217,l km) e Espírito Santo (67,5 km).

O quadro mostra que a iniciativa privada somente tem interesse nas rodovias dos estados mais desenvolvidos, conforme atesta o exemplo da Ponte Rio-Niterói, pela qual transitaram em 2004 cerca de 24 milhões de veículos.

Estão autorizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) os editais de licitação da segunda etapa do Programa de Concessão de Rodovias Federais, incluindo oito trechos em seis estados. O manjar é representado pelas BRs 381 e 116, Fernão Dias (São Paulo-Belo Horizonte) e Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), que serão disputadas em autêntica briga de foice no escuro.

O gargalo ainda resistente são as altíssimas tarifas de pedágio cobradas na malha privatizada, que subiram, em alguns casos, até 113% acima da inflação.

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