O Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte da Justiça brasileira, nos últimos dias tem voltado suas baterias na direção das torres do Congresso Nacional. Tudo leva a crer que o elevado saber jurídico dos ministros da referida Casa enxerga sérias brechas em decisões internas tomadas na Câmara e no Senado.
Trata-se da cassação dos mandatos do deputado José Dirceu (PT-SP), em andamento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e do senador João Capiberibe (PSB-AP), assunto já eliminado. Nesse caso, o presidente Renan Calheiros chegou a dar posse ao suplente imediato Gilvan Borges (PMDB-AP).
Quanto a José Dirceu, o ministro Eros Grau ordenou que o relatório já aprovado seja refeito e lido novamente, o que ocorrerá amanhã, segundo o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética. Mais um dos infindáveis recursos do deputado José Dirceu para prolongar a purgação.
A cassação de Capiberibe, por sua vez, foi simplesmente repelida pelo ministro Marco Aurélio Mello em mandado de segurança que impõe a imediata reintegração do senador no cargo recém-perdido. Uma salada jurídica para ninguém botar defeito.
Uma briga de cachorro grande, como diriam os puros de coração, posto que tão magnânimas autoridades jamais fizeram por merecer semelhante estultice.
