O Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE) assina nesta quarta-feira em Curitiba um contrato inédito com um circo. Trata-se da primeira operação do gênero nos 43 anos de existência da instituição. A diretora do Circo Zanchettini, Edilamar Zanchettini, recebe a primeira parcela de um financiamento para a compra de uma lona nova.
Enquadrada na linha BNDES automático, a operação já contratada – no valor de R$ 150 mil (o valor total é de R$ 215 mil) – foi tratada com alegria pelo ineditismo. "A lona do circo para o grupo de artistas ambulantes é o mesmo que um barracão para instalação de uma microempresa", compara o diretor de operações e vice-presidente do banco Carlos Marés.
"Trata-se de uma típica empresa urbana familiar, correspondendo, portanto, à agricultura familiar cujo espírito cooperativo lembra muito os casos de economia solidária, em que os recursos são destinados a empreendimentos de grande alcance para manutenção de atividade produtiva", analisa ainda.
Carlos Marés acrescenta: "O circo dá emprego para várias pessoas, ao mesmo tempo que representa uma tradição cultural importante no Brasil". Os técnicos da comissão de análise do BRDE também não escondem a satisfação: "Enquanto se processavam as negociações com o BNDES, percebemos que este é um projeto altamente social e que o banco estava cumprindo à risca a sua vocação desenvolvimentista".
O circo
Fundado no Paraná em 1964 como Circo Teatro Gávea, o Circo Zanchettini mantém 48 profissionais, entre artistas e técnicos. Percorrendo cidades do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, bem como os países vizinhos (Paraguai, Argentina, Uruguai e Bolívia) o Zanchettini apresenta espetáculos de duas horas de duração com números de trapézio, salto acrobático, malabares, palhaços, cães amestrados e globo da morte.