O cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, trabalha para retirar brasileiros de diferentes regiões do Líbano. "Ainda tem muita gente querendo sair", garante. Os ataques israelenses dificultam – e em alguns casos impossibilitam – a locomoção entre diferentes regiões do país. Os brasileiros no sul, porém, são considerados o "problema maior" a ser resolvido, segundo o cônsul-geral.
Gepp afirma, com base em dados recolhidos em agências de turismo que havia entre 300 e 500 brasileiros em viagem no Líbano antes do início dos ataques. O número de brasileiros natos ou naturalizados no país é estimado em 70 mil.
Alguns desses brasileiros estão em casas de parentes, esperando o fim dos ataques. Outros, porém, passam por maiores dificuldades. "Muitos estão em hotéis e o dinheiro está acabando. Esses são nossa prioridade", diz o cônsul-geral. Os brasileiros do sul tem recebido apoio da Cruz Vermelha, para deixar as cidades mais atacadas por Israel. "Eles estão sendo levados para cidades da vizinhança em que não correm perigo.
Entre os que estão no vale do Bekaa, a dificuldade maior é chegar à Síria, apesar da pequena distância até a fronteira. "Em alguns pontos, a Síria fica apenas a 15 minutos de carro." Há a possibilidade, segundo Gepp, de aviões serem enviados para Damasco, para auxiliar na retirada dos brasileiros nessa região.
Além dos bombardeios, a população tem enfrentado o aumento de preços de produtos e serviços que estão mais escassos ou perigosos para serem conseguidos. O cônsul-geral cita o exemplo do transporte de brasileiros, em ônibus, para aeroportos em outros países. "Anteontem, retiramos um grupo para Adana, na Turquia, e a empresa de transporte de ônibus cobrou US$ 7 mil. Ontem, cobraram pelo mesmo serviço US$ 21 mil.