Brasileiros e bolivianos se unem para “defender” MMX

Moradores de Corumbá, Pantanal de Mato Grosso do Sul, juntaram forças com bolivianos na cidade vizinha de Puerto Suarez (Bolívia), para protestar contra a expulsão da siderúrgica brasileira MMX do país vizinho. Uma multidão de cerca de 2 mil pessoas deixou o centro de Corumbá e foi ao encontro de pelo menos três mil bolivianos, na Ponte de Amizade, onde fizeram várias manifestações durante o ato que durou quatro horas. "Estamos defendendo a geração de empregos e manutenção de postos de trabalho na fronteira Corumbá-Bolívia", explicava a maioria das faixas e cartazes.

Bandeiras do Brasil e Bolívia tremulavam entre os manifestantes que gritavam frases de efeito contra o governo Evo Moralles e pedindo melhoria de vida na região. Organizadores da manifestação discursaram sobre a urgente solução do problema criado com a expulsão da MMX. Muitas pessoas pintaram o rosto, colocaram nariz de palhaço, e um dos participantes, com a boca amordaçada e mãos acorrentadas, segurava um cartaz pedindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA), garantias para manutenção do direito universal ao emprego na Bolívia.

Cada cidade boliviana era identificada por placas agitadas durante o encontro, entre elas Puerto Quijarro; Puerto Suarez e El Carmen Riveiro Torrez, da província de German Busch. Para Clara Lito, comerciante e uma das organizadoras da manifestação, é apenas a primeira de uma série de atividades em defesa da geração de emprego.

Na próxima quinta-feira (04) haverá nova passeata, em apoio a disposição da EBX construir uma siderúrgica em Corumbá, no distrito Maria Coelho, um investimento de US$ 75 milhões.

Prejuízos

A EBX iniciou as obras da MMX em junho do ano passado. Em março deste ano deveria colocar em atividade o primeiro forno para produção de lingotes de ferro. Foram empregados no local mais de US$ 20 milhões entre materiais de construção e mão-de-obra. Existia emprego para 900 trabalhadores que foram dispensados, fato que gerou a onda de protestos com prazo indeterminado. Estão paralisadas as atividades no Aeroporto Internacional de Puerto Suarez, na Estação Ferroviária e Estação Rodoviária.

A EBX desistiu do empreendimento na Bolívia e também da construção de duas termoelétricas sendo uma do lado de Corumbá e outra na parte boliviana, os investimentos de ambas chegaram a mais de US$ 100 milhões.

Segundo os líderes dos protestos, a situação deverá ficar mais complicada. Eles acreditam que depois da expulsão da MMX, os produtores rurais brasileiros também receberão a mesma punição, principalmente agricultores de soja, que ocupam grandes extensões de terras na Bolívia.

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