Brasília – As quatro zonas eleitorais instaladas este ano na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, só vão funcionar em 2010. O atraso ocorreu porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não conseguiu aprovar com antecedência a mudança nos títulos eleitorais dos brasileiros residentes na região, que teriam de possuir a inscrição "Territórios Palestinos" em vez de "Israel". Com isso, os brasileiros que vivem em território palestino continuam tendo que votar em Israel.

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A decisão foi tomada na sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de quinta-feira (31). O pedido da representação do Brasil junto à Autoridade Nacional Palestina era para que a mudança ocorresse ainda nas eleições de 2006, o que não pôde ser atendido por falta de tempo hábil para a reimpressão dos 824 títulos de brasileiros aptos a votar na região.

A criação das zonas eleitorais em Ramallah foi aprovada pelo TSE em 27 de junho deste ano. Mas o presidente do Tribunal, ministro Marco Aurélio, pediu vista para analisar melhor o caso. Ele votou pelo indeferimento do pedido em razão da proximidade das eleições, ressalvando que as providências serão tomadas para o próximo pleito. 

Os brasileiros que vivem nos territórios palestinos enfrentam dificuldades para atravessar de forma segura a fronteira com documentos israelenses. Com a decisão do TSE, a única opção desses eleitores é votar na Embaixada do Brasil em Israel, sediada em Tel Aviv. Por conta disso, a representação do Brasil em Ramallah solicitou, no início de maio deste ano, providências à Justiça Eleitoral.

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De acordo com a legislação eleitoral, se ficarem três turnos de eleições presidenciais consecutivas sem votar, ou justificar o voto, os brasileiros residentes no exterior podem ter os títulos cancelados.

Sobre a viabilidade da instalação de seções eleitorais junto ao Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, o Itamaraty afirma que o escritório dispõe de infra-estrutura e recursos humanos suficientes para a instalação de até quatro seções eleitorais, com capacidade de atender 400 eleitores em cada uma delas.

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Em ofício enviado ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, responsável pela votação no exterior, o representante do Brasil junto à Autoridade Nacional Palestina, embaixador Arnaldo Carrilho, reiterou o pedido de que, "em sintonia com as pertinentes resoluções da Organização das Nações Unidas sobre a questão da ocupação dos territórios palestinos", fosse adotada, no campo "País" dos títulos eleitorais, a denominação "Territórios Palestinos" e não, "Israel" ("país ocupante, ao qual não pertencem esses Territórios") ou Palestina, "região que ainda não constitui um Estado soberano internacionalmente reconhecido".