Os brasileiros usam quatro vezes mais o cartão do que o cheque para fazer compras. A conclusão é de estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), com base em dados próprios e do Banco Central.
Considerando apenas as compras pagas com a utilização de cheques e cartões, sem os outros meios de pagamento, atualmente o País registra uma proporção de oito em cada dez transações a favor do chamado dinheiro de plástico. Nos últimos seis meses, as operações com plásticos corresponderam de 75% a 79% do total, enquanto os cheques ficaram com participação de 21% a 25%.
"O grande uso do cartão deve-se às facilidades proporcionadas por este meio de pagamento e à simplicidade na realização das operações", disse o presidente da Abecs, Jair Scalco. Em junho de 2004, a participação do cartão no número total de transações realizadas era de 50%, ou seja, a mesma do cheque. "Foi no segundo semestre de 2004 que o plástico passou o cheque", destacou.
Segundo Scalco, os dados consolidam a posição dos cartões em suas várias modalidades (crédito, débito, lojas e uso doméstico e regional) como o segundo meio de pagamento mais usado, superado apenas pelo dinheiro em espécie. "Com base no ritmo de crescimento do mercado, podemos afirmar que, nos próximos meses, seguramente vamos consolidar o patamar de 80% para os cartões, contra 20% dos cheques", disse.
Para comparar as operações de pagamento feitas por consumidores finais, o estudo toma como referência somente as transações realizadas com cheques abaixo do valor de R$ 299,99. "Isso exclui as grandes transações, feitas normalmente entre empresas, e dá uma idéia melhor do consumo privado", ressalta Scalco. O estudo mostrou que nos últimos seis anos o uso dos cheques vem caindo por volta de 7% ao ano no Brasil, enquanto as transações com cartões aumentam ao ritmo de 22% ao ano.
Em relação ao volume financeiro das compras feitas com as duas modalidades, os cartões também lideram, embora com uma diferença menor. Nos últimos seis meses a proporção oscilou entre 60% a 40% e 65% a 35%, sempre a favor dos plásticos.
No final de 2005 havia, no Brasil, cerca de 1 milhão de pontos comerciais e de serviços aptos a receber pagamentos com cartões, das diversas modalidades. A Abecs estima que esse número cresça entre 10% e 15% até o final do ano. "Tentamos, inclusive, ir a lugares que não têm o hábito de usar o cartão, como as feiras", afirmou o diretor de Marketing da associação, Antonio Rios.
