O ex-funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Daniel Ellsberg, que vazou documentos secretos do Pentágono durante a guerra do Vietnã, foi um dos ganhadores dos ‘Prêmios Nobel alternativos’ anunciados nesta quinta-feira (28). O ativista católico brasileiro Chico Whitaker Ferreira ganhou um prêmio honorário por seu "trabalho de toda vida dedicado à justiça social que fortaleceu a democracia no Brasil e ajudou a criar o Fórum Social Mundial, mostrando que outro mundo é possível".

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Ellsberg compartilhou o prêmio Right Livelihood Award, equivalente a cerca de R$ 600 mil, com a ativista dos direitos da mulher indiana Ruth Manorama. "Eles são todos representantes da coragem individual", afirmou o filantrópico sueco-germânico Jakob von Uexkull, que criou o prêmio em 1980 para homenagear aqueles que deram exemplos práticos e respostas exemplares para os problemas cruciais do mundo de hoje e que, para ele, seriam ignorados pelo prestigiado Prêmio Nobel.

Ao conceder o prêmio a Ellsberg, a fundação quis em parte realçar o paralelo entre a guerra do Vietnã e a guerra do Iraque. "Está claro que estão sendo tomadas decisões pelos governos à nossa revelia, onde os argumentos da necessidade de manutenção de segredos estão sendo mal-usados", disse von Uexkull à Associated Press. "Estamos enfrentando a mesma situação, acredito, no Iraque. Mentiram para as pessoas sobre as razões para essa guerra".

Ellsberg, 75 anos, tornou-se famoso pela divulgação dos Papéis do Pentágono, que indicavam que o governo dos EUA havia enganado o público sobre se a guerra do Vietnã podia ser ganha e a extensão das baixas. O prêmio foi um reconhecimento "por ele ter colocado a paz e a verdade em primeiro lugar, com considerável risco pessoal, e por dedicar sua vida a inspirar outros a seguir seu exemplo." Os prêmios serão entregues no Parlamento sueco em 8 de dezembro, dois dias antes da cerimônia dos Prêmios Nobel.

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