Um brasileiro que confessou ter estuprado 19 mulheres em Madri, na Espanha, poderá ser condenado a 300 anos de cadeia e a pagar indenização de US$ 1,5 milhão. "Estou arrependido dos crimes que cometi", disse ontem Juvenilson Dias da Silva ao tribunal de Madri. O advogado do estuprador – também acusado de roubos – alega que ele não deve ser condenado a mais de 20 anos de cadeia. O veredicto deverá sair em uma semana

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Os crimes de Silva, um pintor de paredes que há quatro anos vive legalmente em Madri, ocorreram entre 2000 e 2003. Conhecido na capital como "monstro de Pozuelo", numa referência a um dos locais onde agia, nas proximidades da praça Conde de Casal, o criminoso atacava as mulheres sempre da mesma maneira: as abordava à luz do dia, armado de faca, e arrastava suas vítimas para locais afastados. Após despi-las, encostava a arma no pescoço delas e depois as estuprava. Antes de fugir – às vezes após roubar dinheiro ou jóias – ameaçava matá-las caso gritassem

Em julho de 2003, Silva foi preso depois de violentar quatro mulheres em Pozuelo. "Confesso meus crimes. Sinto muito pelas pessoas que fiz sofrer", afirmou ele ontem. Após ouvir a confissão, a Promotoria de Madri pediu contra ele a pena de 321 anos, 5 meses e 29 dias de cadeia, além de indenização às vítimas de US$ 1,5 milhão."Este homem praticou atos selvagens, que prejudicaram dezenas de pessoas", alegou o promotor

Eduardo García Peña, advogado do brasileiro, pediu uma pena mais branda para o estuprador, alegando que ele "confessou seus crimes e contribuiu com a Justiça". Revoltada, Tina Alcocer, diretora da Associação de Assistência às Mulheres Estupradas, classificou o brasileiro como "um dos estupradores em série mais terríveis da Espanha.

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Os crimes de Silva foram suplantados apenas pelos de Arlindo Luis Carballo, que em janeiro de 2000 foi condenado, em Madri, a 514 anos de prisão por violentar 27 mulheres entre 1988 e 1996.