O diplomata brasileiro João Clemente Baena Soares confirmou nesta sexta-feira (1º) à Agência Estado que foi convidado pela presidência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para integrar uma comissão que terá como missão examinar questões relativas aos direitos humanos no Líbano.

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O grupo, formado ainda por um juiz da Tanzânia e por um professor da Grécia, irá avaliar também assuntos relativos ao meio ambiente e ao uso de armas não autorizadas no país durante os ataques israelenses. Segundo declarações recentes do subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland Israel fez uso "imoral" de bombas de fragmentação – artefatos que contêm materiais explosivos de menor tamanho e que muitas vezes não são detonados, ficando ativos em terra.

Israel reagiu ontem aos comentários, classificando a crítica como "hipócritas", uma vez que essas bombas não estão proibidas para uso contra alvos militares. Ainda não há uma data definida para a ida da missão à Beirute, que primeiro irá se reunir na ONU em Genebra a fim de tratar das diretrizes para o trabalho. Soares é diplomata aposentado pelo Itamaraty e cumpre mandato na comissão de direito internacional da ONU.

Com experiência em áreas de conflito, o diplomata encara a missão como "desafio importante". "Nesse momento, não há ações bélicas no Líbano, mas não sei como vai estar quando eu chegar. O grande desafio da diplomacia é que a situação internacional é muito volátil. Não se pode prever nada.

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