Após bater o recorde histórico de número de casos no País e no Estado de São Paulo em 2013, a dengue agora preocupa moradores da zona oeste da capital paulista. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, o bairro do Jaguaré já vive um surto da doença, com 169 casos em apenas três meses. Lapa é o segundo distrito da cidade com a maior incidência da doença: 98 casos desde o início de 2014. Nos dois distritos, o número de casos registrados nos três primeiros meses do ano já supera a soma de todos os registros de dengue notificados nesses locais nos últimos quatro anos.

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De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os tipos de habitação nos dois bairros favorecem os criadouros do mosquito Aedes aegypti. “Na Lapa, há muitas casas com jardins e piscina. Vemos moradores que ainda mantêm pratos de vasos de plantas. No Jaguaré, que tem moradias mais simples, há pessoas que acumulam água em tonéis, deixam caixas d’água destampadas”, diz Vivian Ailt Cardoso, porta-voz da secretaria.

Moradora de um prédio da Lapa, a advogada Mariana Graziela Saloppa, de 33 anos, foi uma das vítimas da doença. “Comecei com uma dor abdominal, depois uma dor muito forte no corpo, mas nunca imaginei que fosse dengue.” Mariana disse ter passado quatro vezes pelo médico até ter o diagnóstico correto. “Me diziam que era virose”, conta. “Deveria haver uma campanha alertando os moradores sobre o risco maior da doença.”

A Prefeitura afirma que já fez visitas em moradias dos dois bairros para eliminar criadouros do Aedes. Afirmou ainda que, para matar os mosquitos adultos, fez aplicação de inseticida no Jaguaré e programou para a semana que vem a mesma medida para as ruas da Lapa.

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Apesar da alta na zona oeste, o número de casos registrados até agora na cidade é inferior ao do mesmo período de 2013 (751 contra 1,1 mil).

Recorde

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Em 2013, a incidência da dengue bateu recorde em todo o País. Foram 731,5 casos por 100 mil habitantes. As autoridades consideram surto quando são registrados 300 casos por 100 mil habitantes. O recorde anterior no País havia ocorrido em 2010, quando o mesmo índice chegou a 530,3. A marca se repetiu no Estado de São Paulo, onde foram notificados 479,6 casos por 100 mil habitantes, contra 458,9 em 2010.

Segundo o Ministério da Saúde, a disseminação do vírus tipo 4 da dengue foi o principal responsável pelos altos índices da doença. “Esse tipo começou a ser identificado em 2011, mas foi no ano passado que ele se espalhou. Como a maioria das pessoas nunca havia tido contato, houve esse aumento”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde.

Barbosa afirma que, embora os números tenham sido recordes, o índice de mortalidade foi inferior ao de 2010, pior ano até então.

Foram 595 mortes em 2013, contra 656 três anos antes. Ele diz ainda que o ministério liberou para os municípios em dezembro verba extra de vigilância em saúde. “O repasse rotineiro é de R$ 1,2 bilhão. Enviamos um valor 30% superior.” O número de casos registrados nos dois primeiros meses do ano no País é 80% inferior ao índice do mesmo período do ano passado, diz a pasta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.