O ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, reagiu com irritação às críticas da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, às políticas sociais do governo petista. Segundo reportagem publicada ontem no jornal O Globo, Zilda disse que a burocracia atravanca a ampliação do atendimento aos brasileiros miseráveis. Ela também defendeu a reestruturação completa do programa Fome Zero, capitaneado por Graziano.
Em resposta, o ministro afirmou que só não vê os progressos do programa quem não quer. Graziano disse ainda que voluntários da Pastoral seriam testemunhas do que classifica de avanços implementados pelo governo do PT na área social. O ministro recorreu aos números para rebater as afirmações de Zilda. O ministro disse ainda que voluntários da Pastoral seriam testemunhas do que classifica de avanços implementados pelo governo do PT na área social.
Ele recorreu aos números para rebater as afirmações de Zilda. ?Hoje, 2.369 municípios têm o cartão-alimentação e mais de 1,9 milhão de famílias são atendidas. Com o Bolsa Família, já são mais de 3,6 milhões de famílias?, afirmou o ministro, que, em meio aos rumores sobre a reforma ministerial, ainda aproveitava ontem, em São Paulo, o recesso de réveillon.
?Só não reconhece o esforço que o governo está fazendo para atender aos mais necessitados quem não quer enxergar. Os voluntários da Pastoral, que também são voluntários do Fome Zero, são testemunhas disso?, emendou Graziano, numa resposta direta às críticas de Zilda.
?Mal necessário?
Também criticado pela coordenadora da Pastoral da Criança, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, admitiu que há burocracia no programa de alfabetização implementado pelo governo, mas ressaltou que esse é um mal necessário. O ministro afirmou que, diferentemente do que ocorria antes, o governo quer ter controle maior do dinheiro que sai dos cofres públicos para os programas de alfabetização. Para ele, a burocracia criticada por Zilda é a única forma possível de saber se o dinheiro realmente está sendo aplicado.
?O que ela chama de burocracia a gente chama de cuidado de fiscalização. Antigamente se falava em números de alfabetizados. Agora, a gente fala em nomes. Temos todos os nomes (das pessoas que estão sendo alfabetizadas) no computador. A qualquer entidade, a gente só paga depois que tiver nome a nome. Não podemos deixar que esse programa se transforme num outro FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que tinha fantasmas inscritos?, disse Cristovam.
Zilda reclamou que a Pastoral da Criança tinha antes 27 mil alunos sendo alfabetizados e, agora, são pouco mais de 11 mil. Disse ainda que as verbas foram reduzidas e que o modelo do governo petista para a educação ?tem muito mais burocracia? que o do governo anterior.
Dizendo-se incomodado com as críticas, Cristovam afirmou que há três semanas foi procurado pela coordenadora da Pastoral, que requisitou verbas para a entidade aplicar em educação. Segundo o ministro, o pedido já teria sido atendido.