Zika será notificada por exame clínico

A notificação de casos de zika vai mudar no País. Médicos vão poder informar para autoridades públicas de saúde casos da doença com base no diagnóstico clínico, independentemente da confirmação de exame laboratorial. Em outra frente no combate à doença, desta vez ligada à microcefalia, o Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira, 14, novo protocolo médico e prevê distribuir até 10 milhões de testes rápidos de gravidez.

O zika vírus infectou ao menos meio milhão de brasileiros neste ano, de acordo com a estimativa mais otimista do Ministério da Saúde. O Brasil já soma 1.761 casos suspeitos de microcefalia, com 19 mortes de bebês notificadas. Para mudar as notificações, será preciso que esteja comprovada a circulação do vírus na região, por meio de exames realizados em laboratórios regionais. Com a medida, que deverá ser anunciada nos próximos dias, o Ministério da Saúde quer ter uma noção mais exata da dimensão dos casos registrados atualmente no País. Até agora, somente eram considerados casos de zika aqueles que haviam sido comprovados por meio de exames.

O problema é a dificuldade para realizar o teste. Como não há kits de diagnóstico para identificação de anticorpos no sangue do paciente, as análises realizadas são feitas por meio da busca de fragmentos do vírus. Um exame caro, demorado e trabalhoso. Essa limitação fez com que poucos casos da doença fossem de fato registrados como zika.

Há suspeita – sobretudo nos Estados do Nordeste – que grande parte dos casos informados como dengue, na verdade, é de zika. Para permitir a mudança nas regras para notificação de casos, o governo vai credenciar laboratórios estaduais para identificação do vírus. A ideia é chegar a pelo menos 45 centros de avaliação.

A mudança no protocolo começou pelo Estado de Pernambuco, que concentra a maior número de casos no País. Com a mudança, a notificação seguirá um critério semelhante ao que é adotado no País para dengue. Identificado um número de casos da doença, a notificação é feita somente com base no diagnóstico clínico, independentemente de resultados de exames laboratoriais.

O vírus zika chegou ao Brasil no início do ano. Na sequência, espalhou-se por 14 Estados e provocou epidemia no Nordeste. Transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, o vírus era considerado como pouco ameaçador. A prática, no entanto, mostrou o oposto.

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