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Neste domingo, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, desembarca no Brasil em sua primeira visita à América Latina. No encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda, um dos prováveis temas é a articulação internacional para a estabilização e ajuda ao Haiti.

Brasília – Os espanhóis, junto com os marroquinos, mantêm um contingente de militares no país mais pobre das Américas. "Eles têm interesse também em projetos de cooperação no Haiti, possivelmente até em colaboração com o Brasil. Nós estamos examinando. Os projetos de ajuda aos países em desenvolvimento são prioritários para a cooperação técnica espanhola", disse o embaixador do Brasil na Espanha, Osmar Chohfi. De acordo com o embaixador, brasileiros e espanhóis poderiam colaborar nas áreas de reflorestamento, turismo e recuperação das instituições do Estado haitiano.

As "Metas do Milênio" também interessam aos dois países. Segundo a diretora do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores, Maria da Graça Carrion, os trabalhos desenvolvidos em conjunto pelas nações para o cumprimento das metas ainda não alcançaram resultados concretos, mas ela destacou a adesão da Espanha à iniciativa do Brasil, Chile e França de combater a fome no mundo. Seguindo essa linha, as duas nações pretendem colaborar em segurança alimentar, erradicação do analfabetismo, microcrédito, apoio a jovens carentes.

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Durante a visita de Zapatero, Brasil e Espanha vão assinar a "Declaração de Brasília sobre a Consolidação da Parceria Estratégica Brasil-Espanha". No documento, estão previstas ações para colocar em prática o "Plano de Parceira Estratégica" firmado pelos dois governos em novembro de 2003, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Vão ser assinados acordos também nos setores de turismo, agrícola e educação.

Na área econômica, o embaixador afirmou que não devem ser anunciados novos investimentos da Espanha no País, apesar de os espanhóis serem os terceiros maiores investidores individuais no Brasil. Em 2004, o comércio bilateral movimentou US$ 3 bilhões com um superávit brasileiro de US$ 800 milhões. As principais exportações brasileiras são aço, soja, café, açúcar e madeiras.

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