A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), disse nesta quarta-feira (12) que está fazendo um "pente-fino" na proposta de reforma tributária enviada pelo Planalto ao Congresso. O texto ainda não contém dados suficientes para uma avaliação de seu efeito sobre cada item de receita, observou Yeda, ao citar que ele expressa algumas "intenções". A mais importante, assinalou ela, é que o fundo de ressarcimento para equilibrar os resultados da reforma nos Estados exportadores (Fundo de Equalização de Receita) não tem valor definido.
"Fico mais preocupada quando um acordo ontem no Congresso retirou R$ 700 milhões da verba orçamentária da Lei Kandir para colocar num fundo para o qual não há segurança de ressarcimento" cobrou Yeda. Ela lembrou que sempre apoiou a reforma tributária e reiterou que o Rio Grande do Sul é o Estado que mais precisa da mudança. "Sem dúvida deve haver alguma perda, mas também ganho com o fim da guerra fiscal e o sentido mais federalista que terá a estrutura tributária", disse Yeda.
Como falta o valor para o fundo de ressarcimento, Yeda avaliou que isso explica a reação dos governadores do PMDB. Eles ameaçam uma resistência em conjunto à reforma e o partido, que governa sete Estados, fará reunião de seu conselho político no dia 25 de março para tratar do assunto. Sobre as medidas que o governo federal irá anunciar para tentar conter a queda do dólar, Yeda afirmou que não espera nenhuma modificação no sentido de impor preços, seja dos juros ou da moeda norte-americana. "O que ele pode fazer é incentivar a economia a andar a favor do preço do dólar", indicou, acrescentando que as medidas, desta forma, ficariam no campo da política industrial ou comercial. "Então, não creio em grandes novidades na área.
Eleições
Ao abordar a campanha eleitoral municipal, Yeda disse que não irá participar da corrida deste ano. "Este é um ponto crucial de qualquer governante que sabe que governa por coalizão", justificou. A governadora participou hoje de reunião-almoço na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), que realiza semanalmente o encontro "Tá na Mesa". Já é tradição do evento receber a visita do governador na primeira reunião do ano, realizada hoje. Acompanhada do vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM), com quem teve atritos antes mesmo de iniciar sua gestão por causa de proposta de aumento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que se repetiram no ano passado, Yeda considerou que "o calendário de 2007 passou e o de 2008 é novo e promissor".