O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, atribuiu exclusivamente a traficantes de armas e drogas os homicídios ocorridos no Estado, inclusive da menina Ágatha Felix, de 8 anos, baleada nas costas no dia 20 deste mês dentro no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Em resposta a casos como esse, Witzel disse que recorrerá nesta semana à Comissão de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele vai pedir à entidade internacional que feche as fronteiras e puna a Bolívia, Colômbia e Paraguai, de onde, segundo o governador, partem as armas traficadas para o Rio.

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Witzel disse ter convidado o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a recorrer com ele à ONU contra os três países, mas, sem resposta até agora, poderá sozinho buscar a ajuda. “Tentei que o ministro (Sérgio) Moro viesse comigo. Estou aguardando. Mas se não vier, vamos sozinhos, porque o Estado do Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho”, afirmou, em entrevista durante o festival de música Rock in Rio. “O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão, de retaliar o Paraguai, a Bolívia e a Colômbia no que diz respeito às armas”, acrescentou.

Uma das hipóteses investigadas no caso do assassinato de Ágatha é que o tiro partiu de um fuzil da Polícia Militar. Mas, segundo Witzel, essa suposição é, na verdade, uma tentativa de partidos da oposição de utilizar a morte de uma criança como palanque eleitoral. Ele, então, insinuou que opositores trabalhem para facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas no Rio. “Se só rivalizam com a milícia, tenho sérias dúvidas do envolvimento de representantes de partidos com o narcoterrorismo. Mas isso estamos investigando também”, disse.

Para o governador, a morte da estudante de 8 anos aconteceu porque os traficantes da comunidade da Fazendinha, dentro do Complexo do Alemão, estão “sofrendo severas baixas” e por isso estão mais violentos. Para evitar mais mortes, uma das estratégias do Estado será impedir que os traficantes saiam do Complexo do Alemão e cometam outros crimes em outras regiões do Estado.

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Witzel disse ainda que não interfere nas investigações do assassinato de Ágatha e atribuiu à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a responsabilidade por conter a violência no Rio. “Quem investiga o tráfico de armas e de drogas é a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Eles estão neste momento em débito com a sociedade. É preciso explicar, mostrar os números, os promotores federais têm que vir a público para dizer o que estão fazendo para impedir que essa quantidade de armas chegue ao Rio de Janeiro”, argumentou.